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Pedidos de falência e despejo contra Marisa são naturais, diz presidente

João Pinheiro Nogueira Batista afirma a investidores que empresa já renegociou dívidas com 90% dos fornecedores; fechamento de 91 lojas deve custar R$ 62 milhões à empresa

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Por Talita Nascimento

O CEO da Marisa Lojas, João Pinheiro Nogueira Batista, disse a investidores nesta terça-feira, 16, que os pedidos de falência contra a empresa que vieram a público pela imprensa são um “processo natural, parte de programas de reestruturação”.

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“Já atingimos 90% de renegociação com fornecedores. Credores menores, de valores não tão relevantes, acionam a Justiça”, disse. Ele complementou que a companhia segue aberta para negociar com esses credores, mesmo que eles já tenham partido para o litígio. “Não negamos nossa dívidas, reconhecemos”, complementou.

Sobre pedidos de despejo que também vieram à tona nesta semana, Nogueira Batista diz que eles também fazem parte do processo de negociação. E explica que a companhia está em processo de renegociação de aluguéis e que, com restrições de caixa, em alguns momentos atrasa esses pagamentos. Assim, para ele, é natural que surjam os pedidos de despejo no processo.

“Se não tivéssemos restrição de caixa, não estaríamos fechando lojas. Acabamos atrasando aluguéis como fruto das negociações em curso”, disse.

Segundo ele, esse é um processo recorrente em que chega determinado número de ações à companhia e, depois, diminuem. “Temos taxa de 70% de êxito na renegociação de aluguéis”, disse.

Fechamento de lojas

Nogueira Batista disse ainda que o processo de fechamento de 91 lojas deve custar cerca de R$ 62 milhões, mas com um incremento de Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de quase R$ 70 milhões por ano. “No primeiro trimestre, foram poucos fechamentos de lojas. Estávamos no início”, disse.

No total, 91 lojas Marisa serão fechadas Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Entre março e abril foram fechadas 25 lojas. Serão encerradas 33 lojas em maio e mais 33 em junho. Segundo a empresa, os estabelecimentos descontinuados foram escolhidos por oferecerem ganho ou custo zero no fechamento e alto custo operacionais quando abertas.

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Além disso, Nogueira Batista diz que a companhia terá redução de despesas de R$ 52 milhões. Destes, R$ 32 milhões virão de uma revisão de estrutura; R$ 9 milhões de cargos de gestão; e R$ 10,5 milhões de revisão de atividades.

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