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Por que Taubaté vai receber a primeira fábrica do ‘carro voador’ da Embraer

Empresa prevê que São Paulo possa receber 400 eVTOLs e Rio, 245

Foto do author Luciana Dyniewicz
Por Luciana Dyniewicz

A escolha de Taubaté, no interior de São Paulo, como cidade para receber a primeira fábrica do “carro voador” da Eve (subsidiária da Embraer) se deu principalmente devido aos custos de instalação e à proximidade com São José dos Campos, onde fica a equipe de engenharia e desenvolvimento das duas empresas, segundo André Stein, co-CEO da Eve. As cidades ficam a cerca de 40 quilômetros uma da outra.

Hoje, a Embraer tem um centro logístico em Taubaté. De acordo com Stein, todas as unidades da empresa foram estudadas para receber a planta, mas Taubaté apresentou também a necessidade de investimentos menores.

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Já a sede administrativa da Eve ficará nos escritórios da Embraer no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos. Essa unidade foi reformada, em 2019, ao custo de R$ 120 milhões, para receber os funcionários da companhia brasileira quando a venda de seu braço de aviação comercial para a Boeing fosse concluída. A empresa americana, porém, desistiu do negócio em 2020.

Ao Estadão, Stein afirmou que a estratégia da Eve é “modular”, isto é, novas plantas podem ser anunciadas conforme o mercado de eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamado oficialmente o “carro voador”) for crescendo.

Em Taubaté, a empresa deve montar o veículo, testar e desmontá-lo antes de enviá-lo ao país comprador. Próximo ao mercado de destino, ele será remontado. O executivo disse que o eVTOL poderá ser remontado em alguma outra unidade da Embraer, mas que ainda está em discussão a possibilidade de esse trabalho ser feito por terceiros.

Stein não revelou o investimento que será feito nem a capacidade de produção, mas disse que a planta deve operar em um modelo intermediário entre o de uma fábrica de aviões e o de uma montadora de carros. “Serão algumas poucas milhares de entregas de eVTOLs por ano, não necessariamente a partir de uma única fábrica.”

Co-CEO da EVE, André Stein Foto: Leo Souza/Estadão

A Eve calcula que o mundo terá 50 mil eVTOLs em operação em 2030, e a intenção da empresa é ter uma participação de cerca de 30% nesse mercado. “Esperamos ter participação bem relevante. A Embraer, em outros segmentos em que atua, tem um pouco mais de um terço de market share. Esperamos ter números similares.”

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Dessas 50 mil unidades, 245 podem operar no Rio Janeiro, segundo cálculos da companhia. Para São Paulo, a empresa estima uma capacidade de 400 eVTOLs quando o mercado estiver maduro.

Por ora, o desenvolvimento de um ecossistema (que envolve rotas e pontos para as aeronaves serem abastecidas) está mais avançado no Rio e em São Francisco, nos Estados Unidos. Para o Rio, a empresa calcula que haverá a demanda de 4,5 milhões de passageiros por ano e a necessidade de implantação de 37 “vertiportos” (os locais onde a bateria dos veículos será recerregada e onde os passageiros embarcarão).

O projeto da Eve também prevê que a certificação do “carro voador” ocorra primeiro no Brasil, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Posteriormente, a certificação deverá ser validada pela Federal Aviation Administration (FAA), o órgão regulador dos EUA.

Apesar de ainda estar desenvolvendo o veículo, a Eve já recebeu encomenda para 2.850 aeronaves. O cronograma da empresa prevê a apresentação do protótipo ao mercado em 2024 e o início das operações em 2026.

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