PUBLICIDADE

Publicidade

QI Tech recebe aporte de R$ 270 milhões liderado por fundo de Cingapura

Fintech, que tem licença para ofertar crédito, atua ‘plugada’ a plataformas de outras empresas, como iFood e Vivo Money

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Logo após receber uma injeção de capital de R$ 270 milhões, em sua primeira rodada de investimento liderada pelo Fundo Soberano de Cingapura, o GIC, a fintech QI Tech já está desenhando sua agenda de aquisições. A empresa de tecnologia, que tem licença bancária para atuar como Sociedade de Crédito Direto, atua plugada à interface de outras empresas, tal como Geru, iFood e Vivo Money, com a oferta de financiamentos. 

A empresa vai usar parte do dinheiro captado para comprar empresas que possam ajudar em seu crescimento Foto: Fábio Motta/Estadão

PUBLICIDADE

Com o aporte, a palavra de ordem é trabalhar na expansão. O objetivo é construir novos produtos, com foco em aprimorar a jornada de crédito (captação e cobrança), além de desenvolver a área de ciência de dados. Fora isso, a ideia é de quadruplicar o time, que atualmente tem 48 pessoas, para acelerar o lançamento de soluções. 

A ideia é crescer para aproveitar um mercado estimado em nada menos do que US$ 7,2 trilhões globalmente até 2030, segundo pesquisa conduzida pela Rainmaking e Finnovista. A empresa vai usar parte do dinheiro captado para comprar empresas que possam ajudar em seu crescimento.

Na prática, a QI Tech pode se conectar com qualquer empresa, para que ela consiga oferecer financiamentos aos seus clientes. Pode ser um varejista dando crédito para que o cliente possa concluir uma compra, para que uma universidade possa dar crédito estudantil ou até mesmo uma empresa de energia elétrica financiar o cliente para que ele não fique inadimplente. “Fornecemos a infraestrutura para que qualquer empresa possa se transformar em uma fintech”, afirma o fundador e presidente da QI Tech, Pedro MacDowell.

Hoje a fintech tem mais com mais de 100 clientes. Desde o início de sua operação, em 2019, ela já movimentou mais de R$ 5 bilhões em operações de crédito, sendo R$ 200 milhões em seu primeiro ano, R$ 1,2 bilhão no segundo, e R$ 3,6 bilhões em 2021.A projeção é de que esse número salte para R$ 10 bilhões no ano que vem, prevê o sócio da QI Tech, Marcelo Bentivoglio.

Segundo MacDowell, a tendência de que as empresas ofereçam serviços bancários é grande e, para elas, é mais simples e menos burocrático ter a fintech como parceira. Assim, o cliente não precisa gastar energia para obter conhecimentos regulatórios de um banco ou investir em tecnologia para isso. “O cliente pode se concentrar em seu negócio”, diz. 

Aquisições

Publicidade

As aquisições, que já estão na mesa, logo sairão do papel. O olhar, segundo o presidente da QI Tech, está em empresas que possam ajudar a complementar o ecossistema – uma das semanas são sistemas antifraude. “Acreditamos que poderemos ser um consolidador”, aponta. A QI também busca seu registro de corretora no Banco Central para poder ter a custódia dos fundos de direitos creditórios (FDIC) das empresas.

O crédito concedido fica no balanço da empresa, que transforma essa dívida em um FDIC – que hoje tem de ficar sob a custódia de um banco. A fintech quer, ao ter uma licença de corretora, eliminaro intermediário. A startup já entrou com o pedido junto ao BC, mas diz que uma aquisição de uma corretora poderá acelerar essa intenção.

Especialista em fintechs e sócio da Spiralem, Bruno Diniz comenta que os chamados “serviços financeiros embutidos” são uma tendência global e movimentam no momento uma série de fintechs. “O cliente não precisa ir mais ao banco para solucionar uma questão financeira”, comenta.

Diniz frisa que, enquanto as fintechs estão levando os serviços financeiros para empresas de diferentes setores, os bancostambém se movimentam para oferecer produtos não financeiros, citando como exemplo os marketplaces abertos por instituições financeiras.“As linhas que separam os mercados estão ficando mais tênues”, diz. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.