PUBLICIDADE

Publicidade

Em recuperação judicial, Saraiva ganha fôlego com venda de ponto no Shopping Ibirapuera

Área agora está alugada para a varejista Centauro; com isso, abaterá cerca de R$ 160 milhões de uma dívida total de cerca de R$ 500 milhões

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Ex-líder de mercado de livrarias, a Saraiva ganhou fôlego para tentar sair de sua grave crise financeira. Em um leilão judicial realizado nesta semana, vendeu o ponto de uma loja do Shopping Ibirapuera, hoje alugada pela varejista Centauro, além de créditos tributários, apurou o Estadão. Com isso, a varejista abaterá cerca de R$ 160 milhões sua dívida, que já alcançava a casa de R$ 500 milhões. O negócio será concretizado apenas após homologação judicial das propostas vencedoras. 

“Ainda há muito a ser feito, mas se trata de um passo importante. E a venda também foi de uma loja que a Saraiva já sabia viver sem”, comenta uma fonte próxima da empresa, que pediu anonimato. O espaço agora ocupado pela Centauro é o único ponto que pertencia atualmente à Saraiva – o restante das lojas abertas funciona em áreas alugadas. Os créditos tributários pertenciam originalmente ao Banco do Brasil, mas estão hoje nas mãos do fundo Travessia, do BTG Pactual

Saraiva vendeu o ponto de uma loja do Shopping Ibirapuera e créditos tributários Foto: Amanda Perobelli/ Estadão

PUBLICIDADE

Esses eram os únicos ativos disponíveis para venda, conforme o plano de recuperação judicial. Anteriormente, a companhia tentou vender seu e-commerce (Saraiva.com), ativo que foi a leilão em mais de uma ocasião, sem sucesso.

O dinheiro da venda não entrará no caixa da empresa; será destinado exclusivamente para o abatimento do endividamento. O restante da dívida deve ser pago pela geração de caixa. Os credores também poderão optar, conforme o último plano aprovado, a trocar a dívida por ações. 

Recuperação

A visão interna é de que, para sair da recuperação judicial, a Saraiva precisará voltar a ter produtos em consignação (a loja expõe o produto, sem a necessidade de compra). Assim, não precisaria mais gastar seu caixa para ter sortimento em suas prateleiras. 

É uma prática comum de mercado. No entanto, depois de tomar vários calotes, as editoras estão se recusando em atuar nesse esquema com a rede. Ou seja: a Saraiva só recebe livros se comprá-los, segundo fontes de mercado

Publicidade

No último relatório divulgado nos autos do processo, o administrador judicial, a RV3, informa que a Saraiva registrou um prejuízo de R$ 15,8 milhões de janeiro a abril deste ano, mais do que o registrado em todo 2021. 

Segundo o mais recente resultado da empresa, referente a março, a Saraiva tinha 34 lojas. No início de 2017, um ano antes da recuperação judicial, eram 113 lojas. A mineira Leitura, que assumiu algumas lojas que anteriormente eram da Saraiva, é hoje a líder do setor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.