PUBLICIDADE

Publicidade

Wine, sem pressa para IPO, foca em melhorar harmonização do digital com venda física

Maior empresa de e-commerce de vinho no Brasil, que recentemente levantou R$ 120 milhões em debêntures, deve avaliar o mercado para ver ser se é mais vantajoso emitir dívidas ou vender ações na Bolsa

Foto do author Talita Nascimento
Por Talita Nascimento
Atualização:

Aos investidores, a Wine, maior empresa de e-commerce de vinho no Brasil, diz apresentar o crescimento previsto para o IPO (oferta inicial de ações na Bolsa), sem ter feito um IPO. A companhia levantou recentemente R$ 120 milhões em debêntures e o CEO, Marcelo D'Arienzo, afirma que os próximos meses de crescimento estão garantidos mesmo sem mais capital. Mais à frente, a companhia deve avaliar o mercado para ver o que é mais vantajoso: emitir mais dívidas ou vender ações na Bolsa. “O IPO vai vir no momento certo”, diz D’Arienzo.

Para este semestre, a Wine planeja uma plataforma que permita usar lojas para as quais fornece produtos como parte de sua estratégia de vendas online, seguindo a tendência da multicanalidade. Além disso, está nos planos da empresa uma plataforma que ofereça receitas e sugestões de harmonização de vinhos para os usuários. Mais aquisições, especialmente para oferecer tecnologia para essa plataforma, podem ocorrer.

Marcelo D'Arienzo, CEO da Wine, maior e-commerce de vinho no Brasil. Foto: Celso Doni

PUBLICIDADE

Em maio, a Wine comprou, por R$ 180 milhões, a Cantu Importadora, que tem uma presença regional forte, com mais de 15 mil pontos de venda e 11 mil clientes. Parte importante dessa aquisição será paga em 2024. Assim, a companhia pode usar o caixa atual para financiar mais etapas de seu crescimento, segundo o CEO.

“No momento oportuno, queremos analisar o trade off (escolha) entre fazer IPO e buscar outras formas de financiamento, mas a verdade é que a gente está pronto para fazer isso e no momento certo vamos buscar a melhor opção. O mais importante é aproveitarmos este momento de mercado. A quantidade de novos usuários da categoria está mantendo o crescimento da companhia, principalmente pela omnicanalidade (consumo em diversos canais de venda)", argumenta o executivo. Foi para manter todas as cartas na mesa em termos de novos investimentos que a companhia decidiu manter o registro de capital aberto.

No primeiro trimestre de 2021, a Wine teve prejuízo líquido de R$ 500 mil, queda de 92,4% comparado a um ano antes. A empresa afirma que os sócios da plataforma que consomem tanto no canal físico quanto no digital fizeram em média 23,6 pedidos na Wine e gastaram cerca de R$ 4,2 mil, considerando todas as compras feitas no ano. Esse valor é mais que o dobro do que é gasto pelos sócios com potencial de serem multicanais: os compradores do e-commerce que residem perto de uma loja física, mas nunca compraram nela.

Com a Cantu, a Wine adicionou ao seu negócio a expertise de atacado distribuidor, para fornecer vinhos para supermercados locais. O foco são redes de 30 a 40 lojas, que faturam na casa do bilhão anualmente. D'Arienzo diz que a estratégia da Wine é aproveitar, ao máximo, a experiência da Cantu. A inspiração vem de grandes redes de supermercados que adquiriram uma bandeira de atacarejo e mantiveram as duas funcionando separadamente para garantir o sucesso de ambas, caso do Carrefour e do Atacadão, por exemplo. Assim, o fundador da Cantu, Peterson Cantu, terá cadeira no conselho de administração da Wine, garantindo a relevância e independência da importadora.

Loja da Wine recém inaugurada na Barra da Tijuca, noRio. Foto: Gabriel Andrade

Novas plataformas

Publicidade

O CEO da Wine não dá muitos detalhes sobre o projeto da nova plataforma que permitirá usar as lojas para as quais fornece produtos como parte de sua estratégia multicanal. Mas ele conta que o projeto já é testado em versão piloto no interior de São Paulo.

No caso da plataforma com receitas e sugestões de harmonização de vinhos, também prevista para este semestre, o objetivo da Wine é aumentar o portfólio de produtos que ficam “ao redor do vinho”. “Temos muito conteúdo sendo gerado sobre culinária. Mas eles não são, necessariamente, harmonizados com vinho, nem monetizados. A plataforma que queremos trazer para o mercado, responde a esse desafio, de conectar quem gera conteúdo, com harmonização de vinho”, afirma D'Arienzo.

Ele diz que a solução está sendo desenvolvida “dentro de casa”. No entanto, novas aquisições não estão descartadas. “Estamos estudando alternativas para fazer (essas inovações) dentro de casa, mas temos visto tecnologia disponível. Pode ser que tenha alguma parceria.”

Questionado se há caixa para mais aquisições, D'Arienzo mostra que, para ele, dinheiro é solução: “Dependendo do tamanho, do passo, temos caixa. Mas se não tivermos, conseguimos as fontes de financiamento”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.