PUBLICIDADE

Publicidade

Odebrecht perto de assumir a SuperVia

Negócio deve dar à empresa 60% do capital da concessionária de trens metropolitanosdo Rio de Janeiro

Por Alexandre Rodrigues e Sabrina Valle
Atualização:

A Odebrecht está próxima de assumir o controle da SuperVia, concessionária de trens metropolitanos do Rio, e anunciar um novo plano de investimentos para a empresa. Segundo fontes envolvidas nas negociações - que já duram dez meses -, os atuais sócios da concessionária já selaram a entrada do braço de concessões da área de Infraestrutura da Odebrecht na empresa, mas o negócio só deve ser fechado na semana que vem. A Odebrecht quer ficar com 60% do capital da SuperVia e assumir a governança da empresa para aumentar sua musculatura financeira para investimentos em modernização. Com baixa capacidade de investimentos, a concessionária enfrenta problemas estruturais que a impedem de oferecer serviços de qualidade.Os quatro fundos de investimentos que são os atuais sócios da Rio Trens Corporation, controladora da SuperVia, se dividem em dois blocos de acionistas: um com 44% e outro com 56%. A definição sobre que porcentual a Odebrecht comprará de cada bloco para chegar aos 60% é o principal detalhe a ser definido. Para a construtora, o ideal seria reduzir o número de sócios para aumentar seu poder de decisão na concessionária.A Supervia só falará sobre o assunto na semana que vem e a Odebrecht só dará detalhes na conclusão do acordo. A SuperVia tem origem no consórcio vencedor do leilão de privatização do sistema de trens urbanos do Rio, em 1998. O lance foi de R$ 279,7 milhões.Interesse. A ampliação do atual contrato de concessão por mais 25 anos, que deve ser formalizada pelo governo fluminense este mês, aumentou o interesse da Odebrecht pela SuperVia. Com maior conforto para a ampliação dos investimentos da concessionária, que vem perdendo passageiros, a Odebrecht teria maior potencial de retorno. A ideia é triplicar o volume de passageiros em oito anos. Se for mesmo fechado, o negócio ainda dependerá de autorização do governo do Rio. Mas dificilmente o negócio seria barrado diante do desafio de se melhorar o transporte urbano no Rio até a Olimpíada de 2016.A previsão de investimentos públicos em transporte ferroviário no protocolo de intenções da candidatura é mais um fator de atração da SuperVia. A Invepar, operadora do Metrô Rio controlada por OAS, Previ, Petros e Funcef, também mostrou interesse, mas chegou depois da Odebrecht nas negociações. A Supervia tem planos de investir R$ 2,3 bilhões entre 2010 e 2020, mas só aplicou R$ 29 milhões no ano passado. No acumulado desde a privatização, foram aplicados R$ 545 milhões. Do total de recursos previstos para a próxima década, R$ 1,1 bilhão será feito pelo governo do Rio na compra de novos trens.A aquisição da SuperVia se somaria à estratégia da Odebrecht de aumentar seu portfólio de concessões na área de transportes. Criada este ano, a divisão Odebrecht TransPort (OTP) já conta seis concessões: as rodovias Rota das Bandeiras (Dom Pedro I - SP), Roda dos Coqueiros (PE), Bahia Norte e Litoral Norte (BA), terminal portuário Embraport (Santos) e Via 4, concessionária da linha 4 do Metrô de São Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.