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PAC: Câmara quer incluir obras de interesse dos parlamentares como contrapartida a verba de emendas

Com restrição orçamentária, governo depende do Congresso para viabilizar obras de infraestrutura do novo Programa de Aceleração do Crescimento

Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Bianca Lima
Por Adriana Fernandes e Bianca Lima
Atualização:

BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados quer que o governo faça um ajuste no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para incluir na lista de projetos as obras que são de interesse dos parlamentares. Essa é a contrapartida para que parte dos recursos das emendas seja direcionada ao programa de infraestrutura, que é uma das bandeiras da gestão do presidente Lula.

Com Orçamento apertado, o governo cobiça as emendas parlamentares para conseguir viabilizar o PAC. Os projetos foram anunciados na sexta-feira, mas lideranças avaliam que as bases do programa ainda estão muito amplas e que ainda há tempo para ajustes na lista, principalmente em meio à restrição fiscal.

Governo pretende investir, com recursos próprios, R$ 371 bilhões no programa ao longo dos quatro anos de mandato. Foto: Pedro Kirilos

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O governo pretende investir, com recursos próprios, R$ 371 bilhões no programa ao longo dos quatro anos de mandato, mas tem pouco espaço fiscal para isso. Os congressistas sabem disso e querem usar esse poder de barganha para influenciar a escolha das obras. O Executivo é resistente, já que o PAC é um programa do governo.

O assunto precisa ser encaminhado até o fim desse mês, quando o governo precisa enviar ao Congresso o projeto de Orçamento de 2024.

Como adiantou o Estadão na semana passada, o Palácio do Planalto vem fazendo uma investida para atrair deputados e senadores ao PAC 3, oferecendo em troca da aplicação de recursos de emendas parlamentares no programa a garantia de execução mais acelerada desses recursos. A expectativa de governistas é que cerca de R$ 35 bilhões em emendas, em 2024, possam irrigar obras do PAC 3.

O comando da Câmara deseja criar uma rubrica específica para as emendas que forem direcionadas ao PAC. Na prática, isso vai funcionar como uma espécie de carimbo do parlamentar que indicou a emenda, fazendo com que o programa bilionário também tenha a digital do Congresso.

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