O ministro da Economia, Paulo Guedes, já definiu quem será o substituto de Mansueto Almeida, Secretário do Tesouro Nacional, que anunciou decisão de deixar o cargo. O novo secretário, anunciado nesta segunda-feira, 15, será Bruno Funchal, de 41 anos, atual diretor de Programas da Secretaria Especial da Fazenda.
Segundo confirmou há pouco o Ministério da Economia, Funchal assume o cargo no próximo dia 31 de julho. Em nota, a pasta comunicou que iniciou o transição do comando, ocupado desde abril de 2018 por Mansueto Almeida.
"O Ministério da Economia agradece a Mansueto Almeida pelo compromisso com a equipe que chegou com o novo governo e por todo trabalho realizado à frente do Tesouro Nacional em prol do reequilíbrio das contas do País", diz o comunicado enviado pelo órgão.
Futuro secretário
Ex-secretário da Fazenda do Espírito Santo de fevereiro de 2017 a dezembro de 2018, no gestão de Paulo Hartung (sem partido), ele terá a missão de manter o rigor de Mansueto nas contas públicas no pós-pandemia, em linha com a filosofia de Guedes, calçada na austeridade fiscal.
Integrante da equipe econômica desde o início do governo Bolsonaro, Funchal teve participação ativa na elaboração do novo Pacto Federativo, que está em análise no Senado, e é também presidente do Conselho Fiscal da Caixa.
Formado em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), PhD pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com pós-doutrado pelo Instituto Nacional de Matematica Pura e Aplicada (Impa), Funchal é professor da Fucape Business School, em Vitória (ES), desde 2006, e foi diretor acadêmico da instituição em 2013. Sua área de especialização envolve macroeconomia aplicada, o mercado de crédito e a alocação de ativos.
Mansueto
Em entrevista ao Estadão no último domingo, 14, Mansueto disse que, depois de cumprir a quarentena exigida de ocupantes de cargos estratégicos no governo, deverá trabalhar na iniciativa privada. Segundo ele, não há motivo para preocupação com a política fiscal, porque a filosofia vai continuar a mesma.
"O grande fiador do ajuste fiscal é o ministro Paulo Guedes. Então não muda nada (no compromisso do ajuste)", afirmou. "Se fosse a situação que a gente tinha há dez anos, quando o secretário do Tesouro e o ministro da Fazenda tinham poder de, numa canetada, excepcionalizar (Estado ou município) para emprestar com garantia da União, teria motivo para se preocupar. Agora, inclusive tem o TCU (Tribunal de Contas da União), que é muito atuante. Para o ajuste fiscal não continuar, o Paulo Guedes teria de não estar lá e teria de mudar a Constituição."