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Entidades criticam fala antissemita do economista Paulo Nogueira Batista sobre Ilan Goldfajn

Batista cita que o também economista Ilan, de sobrenome que considera impronunciável, ‘é essencialmente um financista, ligado ao Tesouro americano, à comunidade judaica’

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Por Redação
Atualização:

Três entidades, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e o grupo Judeus Pela Democracia criticam, em notas divulgadas neste domingo, 25, as manifestações de cunho antissemita expressadas pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior em entrevista ao jornalista Luís Nassif, no jornal GGN, contra Ilan Goldfajn, recém nomeado-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A Fierj afirma que “repudia com veemência as manifestações de cunho antissemita expressadas pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior em entrevista dada ao jornalista Luís Nassif. Em ataque ao economista Ilan Goldfajn, as falas de Paulo rememoram antigas teorias conspiratórias e absurdas sobre a relação entre o povo judeu e o dinheiro no mundo”.

Economista Paulo Nogueira Batista diz que Ilan "é financista ligado ao Tesouro americano" Foto: Divulgação

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Antes, a Conib havia declarado que “condena veementemente as declarações antissemitas proferidas pelo economista Paulo Nogueira Batista Jr” e afirma que ele “recorre a velhos clichês antissemitas usados por fascistas e racistas para vilipendiar um cidadão brasileiro que tanto contribui para o nosso País”.

Já o grupo Judeus Pela Democracia diz que a declaração de Batista “é exemplo límpido do antissemitismo conspiracionista da esquerda”. Afirma ainda que o economista “usa do judaísmo de Ilan para acusá-lo de não ser brasileiro e servir a outros interesses”, acrescentando que “divergências ideológicas fazem parte. Já ancorar-se no antissemitismo como argumento é inaceitável”.

Em sua fala, Batista cita que o também economista Ilan, de sobrenome que considera impronunciável, “é essencialmente um financista, ligado ao Tesouro americano, à comunidade judaica”. Afirma que, “na verdade, é judeu brasileiro, nasceu em Haifa, em Israel, e só tem o passaporte brasileiro.”

Ilan Goldfajn, primeiro brasileiro eleito para presidir o BID Foto: Evaristo Sá/AFP

Batista, que é ex-diretor de instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco dos Brics, afirma também que Ilan é um nome hostil ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não teria se sentido em condições de barrar sua indicação.

Em sua declaração, afirma ainda que a comunidade judaica tem muita presença no Tesouro americano, no FMI, nos organismos internacionais, assim como em bancos privados. A entrevista ao GGN ocorreu em 16 de dezembro.

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‘Ascendência judaica’

Em sua conta no Twitter, Batista diz que a acusação por antissemitismo é “calúnia” e questiona: “desde quando fazer críticas a um judeu (Ilan Goldfajn) caracteriza antissemitismo? Não o critiquei por ele ser judeu, mas por suas qualidades (ou falta de)”. Afirma ainda ser de ascendência judaica. “Os Nogueiras são cristãos-novos portugueses, que migraram para o Ceará. Bem sei que há judeus antissemitas (existe tudo), mas não é o meu caso”.

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