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Povoar eixos de transporte é saída correta, mas precisa ser melhorada

Monitoramento de construção de moradias nos eixos pode apontar possíveis caminhos para mudanças e incentivos

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Por Redação
Atualização:

Ao elogiar as orientações do atual Plano Diretor de São Paulo, que está em fase de revisão, a urbanista Larissa Campagner, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, afirma que a estratégia de adensar os eixos de transporte paulistanos, apesar de ser acertada, ainda precisa de aprimoramentos.

Mesmo porque é sempre mais difícil levar o mercado imobiliário para atuar em áreas fora do centro expandido, como ocorre ao longo da linha de metrô que sai do centro paulistano e vai até o extremo leste da cidade.

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“É um desafio que precisa ser discutido. É sempre uma dificuldade, principalmente, você unir moradia e emprego em uma mesma região e, nisso, ainda estamos meio perdidos. No caso dos eixos (de transporte para adensar a moradia) não dá para a gente dizer que todos são iguais ou têm os mesmos interesses urbanísticos, porque São Paulo é uma cidade gigantesca.”

Diante disso, Larissa defende que é preciso investigar melhor quais eixos realmente estão recebendo mais moradias e quais não estão, para que essa situação possa mudar, a partir de novas regras urbanísticas. Estimular a diversidade dos espaços, de uma forma geral, também é outro gargalo que falta ser atacado na cidade de São Paulo, segundo a professora do Mackenzie.

Linha 3-Vermelha do Metrô é a mais cheia do sistema por servir a zona leste, região mais populosa da cidade Foto: Taba Benedicto/Estadão

Por um motivo um pouco diferente, Cláudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP, também defende que a regulação urbanística sobre os eixos de transporte urbano de São Paulo seja alterada no processo de revisão do Plano Diretor.

Segundo ele, da forma como foi feito, “sem entender como o mercado funciona”, o processo regulatório acabou gerando distorções no setor imobiliário, com a chamada proliferação dos microapartamentos perto de corredores de ônibus ou linhas de metrô. Isso está ocorrendo, avalia o representante do mercado imobiliário, por causa das amarras previstas na lei, relacionadas às áreas de aproveitamento dos terrenos, à limitação de vagas de garagem e outros tipos de regras.

“O mercado imobiliário vai dar a resposta (que a cidade precisa) desde que a conta feche. Precisamos explorar a centralidade que nós temos. Existe uma demanda de 750 mil moradias para os próximos anos. A inclusão social, nesse processo, é fundamental”, defende o vice-presidente do Secovi-SP.

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