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Quer investir? Veja três dúvidas frequentes sobre as carteiras digitais cripto

Criptomoedas estão mais perto de sua conta no banco, mesclando-se com os serviços financeiros tradicionais

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Por Redação

Palavras como bitcoin, criptomoeda e blockchain já se tornaram conhecidas para quem investe. Esses elementos começaram a fazer parte dos investimentos pessoais, mas agora estão mais perto da sua conta no banco, mesclando-se com os serviços financeiros tradicionais. Só que há diferenças importantes que você precisa saber para usar com segurança sua carteira digital cripto.

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Como investir em criptomoedas?

As criptomoedas são moedas digitais criadas em sistemas blockchain. Essa tecnologia é uma rede de computadores que armazena e compartilha dados em cadeia. O sistema é descentralizado mas as máquinas são interligadas por uma espécie de malha transparente que permite verificar todos os pontos, registrando qualquer alteração.

A mais conhecida delas é o Bitcoin, criado por Satoshi Nakamoto, mas há 21.836 criptomoedas em circulação no momento, de acordo com o site CoinMarketCap.

O termo blockchain nasceu em artigo de Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do bitcoin, até o momento não identificado Foto: JIim Urquhart|Reuters

“Por ser a mais antiga, a Bitcoin é a cripto mais utilizada como meio de pagamento, podendo se comparar a uma espécie de ouro digital. Já a Ethereum, por exemplo, permite registrar outros tipos de ativos, como NFT e tokens, dando um passo a mais”, diz Bernardo Srur, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).

Tanto Bitcoin quanto Ethereum compõem a cesta principal dos bancos e fintechs que já oferecem no Brasil opções para investir em criptomoedas, como Nubank, MercadoPago, BTG e Pic Pay, entre outros.

Até então, a única forma de entrar nesse universo era via exchange, como é chamada uma corretora cripto. Após se registrar na plataforma e transferir o dinheiro para comprar Bitcoin ou outras moedas, é necessário ter uma wallet para guardá-las. Nela ficam armazenadas as chaves privadas e públicas para o acesso às criptomoedas.

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Quem garante a segurança da transação cripto?

Um caminho para assegurar os direitos dos investidores de cripto no Brasil. Trata-se do Projeto de Lei 4401/2021, que regulamenta o mercado de corretoras de criptoativos no País. A aprovação na Câmara ocorreu no dia 29 de novembro e o texto, agora, será enviado para sanção presidencial.

Enquanto isso, a segurança da operação depende de políticas próprias conduzidas pelas instituições que operam no setor de criptos. Entre os associados da ABCripto, por exemplo, existe um Código de Conduta e selo de autorregulação, que estabelece regras, monitora atividades ilícitas como lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, ou suspeitas de fraudes para fiscalizar as transações.

Criar uma conta cripto é criar uma chave privada que vai ficar com você, e se você perder a chave, você perde todos os seus ativos

Courtnay Guimarães, cientista chefe de blockchain da Avanade Brasil

A ABCcripto destaca que mesmo sem regulação própria, o setor está passível de aplicações de dispositivos como o Código Civil, o Código de Direito do Consumidor e regras tributárias. “É esse conjunto de política e regras que norteia todos os setores criptoativos”, afirma o diretor da entidade, Bernardo Srur.

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Em se tratando das operações intermediadas por instituições financeiras, as reclamações podem ser registradas com elas, observando as políticas e regras de cada empresa. Já naquelas operações feitas diretamente pelas wallets, a segurança da operação fica a cargo exclusivamente do sistema blockchain.

“Os criptoativos só pertencem verdadeiramente ao investidor no momento em que são transferidos para uma wallet”, explica Jefferson Rondolfo, da KriptoBR. Ele ressalta que as corretoras não devem ser confundidas com carteiras digitais. Entre especialistas, há o entendimento de que transferir os ativos digitais para uma wallet é uma forma de evitar prejuízos com as exchanges – como no caso da FTX.

“A gente está falando de uma plataforma em que todos têm acesso a tudo e, por isso, é o pior canal para lavar dinheiro", diz Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin  Foto: Estadão

Se ocorrer um erro na operação, é possível corrigir?

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Muita gente desconfia de cripto, diante de notícias de pirâmides financeiras e ataques hacker. O cientista chefe de blockchain da Avanade Brasil, Courtnay Guimarães, alerta, porém, que é preciso ter domínio das tecnologias de informações para não ser vítima de ataques. “Agora, estamos trazendo contas bancárias para dentro do computador pessoal. Algumas pessoas não utilizam sequer antivírus”, alerta Guimarães, lembrando que são cuidados básicos com contas digitais.

Além das práticas de segurança já conhecidas, Guimarães diz que o ideal é que as chaves e contas sejam criadas em um computador separado. “Uma vez criada as chaves, é preciso armazenar em um lugar muito seguro as palavras de recuperação, de preferência em um cofre. Criar uma conta cripto é criar uma chave privada que vai ficar com você, e se você perder a chave, você perde todos os seus ativos. Então é bom tomar essas preocupações extras”, destaca.

As transações financeiras feitas em blockchain, entretanto, têm menos chance de serem fraudadas, já que nada acontece sem o consenso dos outros pontos da rede e sem que esse movimento seja automaticamente registrado, explica Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin. Segundo ele, os casos de hackers e agentes maliciosos que procuram falhas no sistema são minoria, uma vez que a blockchain é uma rede muito difícil de se alterar. “A gente está falando de uma plataforma em que todos têm acesso a tudo e, por isso, é o pior canal para lavar dinheiro, já que é tudo aberto”, defende Rabelo.


Expediente

Reportagem I Alunos da 12ª turma do Curso Estadão de Jornalismo Econômico: Adrielle Farias, Alex Braga, Ana Clara Praxedes, Ana Luiza Serrão, Ana Ritti, Beatriz Capirazi, Carolina Maingué Pires, Davi Valadares, Erick Souza, Fernanda Paixão, Gabriel Tassi, Guilherme Naldis, Jean Mendes, Jennifer Neves, Lara Castelo, Letícia Araújo, Luiz Araújo, Maria Clara Andrade, Maria Lígia Barros, Paulo Renato Nepomuceno, Pedro Pligher, Rebecca Crepaldi, Renata Leite e Zeca Ferreira Edição e coordenação I Carla Miranda e Luana Pavani

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