PARIS - O presidente do grupo francês Casino, Jean-Charles Naouri, foi nomeado representante especial do governo francês encarregado de promover as relações econômicas entre a França e o Brasil.
Desde o ano passado, Naouri vem travando embate com o empresário Abilio Diniz, com troca mútua de acusações, por causa de desavenças no processo de aquisição do Grupo Pão de Açúcar pelo Casino.
O novo cargo de Naouri foi anunciado pelo chanceler francês Laurent Fabius. Ele explicou que o executivo do Casino terá como missão "reforçar as relações econômicas franco-brasileiras, neste momento em que a associação entre os dois países passa por um desenvolvimento importante".
Na "diplomacia econômica" aplicada pela França, o chanceler Laurent Fabius tem outros representantes especiais para países: Rússia, China, Argélia e Japão. Os cargos não são remunerados, mas as despesas como missões de seus titulares são reembolsados. "Acabo de designar Jean-Charles Naouri como representante especial do governo Francês para as relações com o Brasil", afirmou o chanceler, destacando que a empresa de Naouri emprega mais de 100 mil pessoas no Brasil.
O anúncio foi feito durante a visita do chanceler ao Salão Aeronáutico Le Bourget, onde ele disse ter comparecido para "dar um empurrão ao setor aeronáutico francês". O grupo Casino tinha no fim do ano passado 1.640 lojas no Brasil, país considerado chave para a empresa. No ano passado, 56% do faturamento do grupo foi de países fora da França. Presente no Brasil desde o final de 1999, o Casino assumiu há um ano o controle do Grupo Pão de Açúcar, líder brasileiro no mercado varejista, ao fim de uma longa batalha com o multimilionário Abílio Diniz.
Disputa por aviões. Integrantes da segurança do presidente francês François Hollande tiveram trabalho para conter os protestos de ativistas do grupo feminista radical Femen, durante a visita presidencial ao salão aeronáutico de Le Bourget, nesta sexta-feira, 22.
Depois das visitas, Fabius se declarou "confiante" na possibilidade de que a Dassault venda o avião de combate Rafale para a Índia e a Malásia.
O Rafale continua sendo objeto de "reflexões" por parte do governo brasileiro, junto com outros competidores da Dassault, segundo declarou o vice-presidente brasileiro Michel Temer, durante recente visita à França.
O Brasil fez uma licitação para a compra de 36 aviões para modernizar a sua força aérea, mas a decisão final já foi postergada várias vezes.