PUBLICIDADE

Publicidade

Temer recua e decide vetar integralmente PL do reajuste da defensoria pública

Projeto estabelecia aumento de 60% em 4 parcelas, mas presidente decidiu veto integral do reajuste

Por Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer decidiu vetar integralmente PL 32/2016 sobre o subsídio do Defensor Público-Geral Federal, depois de ter anunciado mais cedo que o veto seria parcial. De acordo com a informação divulgada há pouco pela assessoria de imprensa do Planalto, com a revisão "não há anuência do governo federal ao aumento dos vencimentos da categoria".

PUBLICIDADE

A explicação para a mudança de decisão do presidente é que "Inicialmente se pensou em veto parcial, mas decidiu-se pelo veto total em consonância com a política fiscal que o governo está adotando", explicou a assessoria. 

Mais cedo, ao anunciar o veto parcial, o governo tinha aprovado o pagamento de 7% em uma única parcela. a categoria reivindicava 60% de aumento em quatro parcelas. A medida deve sair no Diário Oficial desta sexta-feira. 

O governo recebeu diversos pareceres de ministérios com argumentos contrários ao aumento, que foi aprovado no fim de agosto no Senado.

Governo recebeu diversos pareceres de ministérios com argumentos contrários ao aumento Foto: André Dusek/Estadão

Entre alguns argumentos enviados ao presidente estava, por exemplo, o do Ministério do Planejamento, que alega impacto significativo no esperado ajuste fiscal. Além disso, segundo uma fonte do órgão, caso o aumento fosse realmente aprovado, a DPU se tornaria uma espécie de "quarto poder". 

Simbólico. O reajuste salarial do defensor-público Geral da União e de servidores da DPU foi aprovado no dia 24 de agosto em votação simbólica, com críticas de senadores do PSDB e do DEM. O reajuste só foi colocado em votação após acordo entre senadores do PT e do PSDB. Em troca de petistas concordarem em concluir a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que recriou a Desvinculação de Receitas da União (DRU), os tucanos aceitaram votar no mesmo dia o aumento da DPU.

Não é momento.  Outro projeto de aumento - o dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) - também preocupa o governo. No final de semana, em entrevista ao jornal O Globo, Temer afirmou que é contra o reajuste dos salários dos ministros do STF. Um projeto de lei de autoria do próprio tribunal que aumenta a remuneração dos ministros de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e, agora, tramita no Senado. "Isso daí gera uma cascata gravíssima. Porque pega todo o Judiciário, outros setores da administração, todo o Legislativo", afirmou Temer. Segundo ele, "não é o momento adequado para isso". 

Publicidade