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Vivendi Universal venderá US$ 9,8 bi de seus ativos

Por Agencia Estado
Atualização:

A gigante francesa de mídia Vivendi Universal anunciou que planeja vender no mínimo 10 bilhões de euros (US$ 9,8 bilhões) em ativos, incluindo 5 bilhões de euros (US$ 4,94 bilhões) nos próximos nove meses. A medida inicialmente proposta pelo chairman e executivo-chefe Jean-Rene Fourtou, foi aprovada ontem pelo conselho da empresa. Essa ação sinaliza o primeiro passo na divisão do conglomerado de mídia e entretenimento que foi construído em dois anos por Jean-Marie Messier, antigo chairman e CEO, que foi removido pelo conselho da empresa em julho. A alienação de ativos inclui a venda da editora norte-americana Houghton Mifflin, disse a Vivendi. O conselho da empresa se reunirá no dia 25 de setembro para "revisar com detalhes a estratégia da companhia que visa otimizar todos seus ativos", afirmou a companhia. A venda dos ativos faz parte do plano da Vivendi de reduzir o volume de sua dívida de 19 bilhões de euros (US$ 18,7 bilhões). A Vivendi também decidiu cancelar cerca de 20,9 milhões de ações do Tesouro associadas com planos de opção de ações. Um programa de opção de compra será implementado para cobrir potenciais exercícios de opção, disse a Vivendi. O conselho também discutiu ontem o plano para obter uma linha de crédio de 3 bilhões de euros (US$ 2,96 bilhões) junto aos bancos. A empresa está enfrentando uma crise de caixa no curto prazo e precisa assegurar outro financiamento para continuar operando. No mês passado, a companhia obteve um empréstimo não garantido de 1 bilhão de euros (US$ 988,2 milhões). Prejuízo líquido de US$ 12,15 bi A gigante francesa de mídia anunciou um prejuízo líquido de 12,3 bilhões de euros (US$ 12,15 bilhões) no primeiro semestre de 2002, em relação ao lucro líquido de 22 milhões de euros em igual período de 2001. A empresa sofreu um grande encargo de 11 bilhões de euros (US$ 10,8 bilhões) relacionado com "impairment" de ágio e 3,4 bilhões de euros (US$ 3,35 bilhões) em provisão financeira. O impacto foi maior do que os analistas esperavam. As previsões do mercado para a baixa contábil do ágio, refletindo a queda no valor dos ativos de mídia, variava entre 5 bilhões de euros (US$ 4,94 bilhões) e 10 bilhões de euros (US$ 9,88 bilhões). A receita subiu para 29,99 bilhões de euros (US$ 29,62 bilhões) no primeiro semestre, de 26,44 bilhões de euros em 2001. Excluindo o "impairment" do ágio e alguns itens especiais, o prejuízo da Vivendi foi de 66 milhões de euros (US$ 65,2 milhões). A Vivendi disse que os resultados financeiros foram calculados de acordo com as normas contábeis da França. Segundo um acordo anterior, a companhia havia mudado para as normas contábeis dos EUA (USGaap) no final de 2001. A dívida da Vivendi, calculada de acordo com as normas contábeis da França, foi reduzida para 35 bilhões de euros (US$ 34,5 bilhões) no final de junho, de 37 bilhões de euros no final de 2001. Esse número inclui a dívida da Vivendi Environnement, na qual a Vivendi Universal detinha uma participação de 63% no primeiro semestre. A empresa reduziu sua participação na empresa para 40,8% no início deste mês. Bolsas As Bolsas européias estão em queda acentuada nesta quarta-feira, influenciadas pelas perdas ontem em Wall Street e pelos desapontadores resultados divulgados por grandes empresas européias, especialmente no setor financeiro. Na Bolsa de Paris, o mercado ficou pesado pelo anúncio de resultado e mudanças no grupo de mídia franco-americano Vivendi e com o segmento de tecnologia. As ações foram suspensas do pregão e próximo às 7h50 (de Brasília) operavam em baixa de 5,8%. Os papéis da France Telecom recuavam 5%, enquanto Alcatel perdia 3,5%.

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