2º dia da etapa final da Fuvest tem tônica interdisciplinar

Professores de cursinho classificaram a prova como de nível médio;; alunos dizem que Exatas demandaram maior esforço

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Por Paulo Saldaña , Victor Vieira e Guilherme Soares Dias
Atualização:

SÃO PAULO - Professores de cursinhos e candidatos da Fuvest, que dá acesso à Universidade de São Paulo (USP), consideraram a prova desta segunda-feira, 5, de nível médio, com tônica interdisciplinar. O exame, parte da etapa final do vestibular, reunia itens de várias disciplinas do ensino médio. Para alunos ouvidos pelo Estado, as Exatas exigiram maior esforço.

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“Não foi tão exigente nos cálculos nem era preciso que o candidato escrevesse demais na resposta”, diz Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante. Os enunciados, como é tradicional na Fuvest, eram curtos e objetivos.

O vestibulando Arthur Trento, de 17 anos, acredita que a cobrança menor de contas difíceis ajuda a elevar a concorrência. “Deve subir a nota de corte”, afirma ele, que tenta a Fuvest pela primeira vez para ingressar no curso de Química.

No segundo dia de provas da fase final da Fuvest, candidatos responderam a 16 questões sobre várias disciplinas do ensino médio Foto: GABRIELA BILÓ

Tendência. O coordenador do cursinho Etapa, Edmilson Motta, destacou que a mistura de disciplinas, exigida nos testes de ontem, é uma preocupação dos processos seletivos. “O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) traz isso, mas a Fuvest é a que mais aproveita o conceito porque é discursiva”. Para ele, Química e Geografia predominaram. 

Aos candidatos, a interdisciplinaridade trouxe algumas surpresas. “Havia questões em que eu pensava em uma disciplina, mas eram sobre várias”, conta Guilherme Silva, de 17 anos. Estreante na Fuvest, ele vê poucas chances de passar. "Muitos candidatos fizeram cursinho e se prepararam mais. Eu só estudei em casa", diz. 

Matemática praticamente não apareceu sozinha, mas aliada a outras disciplinas. “Ao mesmo tempo, havia um raciocínio lógico próprio da Matemática que envolvia as questões”, diz Lilio Paolilello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli. Um item de Geografia usou como ponto de partida o livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, da lista obrigatória de leituras. 

Paoilello ainda ressalta que História e Geografia se concentraram em questões ligadas ao Brasil, com pano de fundo ambiental. Na opinião do diretor pedagógico, Geografia foi responsável por trazer uma das questões consideradas mais diferentes, a de número 4, que trazia um mapa e pedia para o vestibulando completar a legenda de um mapa. “Enquanto no Enem há economia de mapas, a Fuvest abusou deles”, afirma.

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A Fuvest acaba nesta terça-feira, 6, com provas de duas ou três disciplinas específicas, a depender da carreira escolhida pelo candidato.Célio Tasinafo alerta que, neste último dia, o nível de exigência deve subir. "Com certeza, as questões vão demandar mais análise e interpretação", aposta. A lista final de aprovados sai em 31 de janeiro. 

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