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Blog dos Colégios

Materiais não estruturados potencializam o desenvolvimento no berçário

Por Daiana Lourenço e Dani Mazzarella, educadoras do G1 na Educação Infantil da Escola Projeto Vida

Por Fernanda Tambelini
Atualização:

Quem convive com bebês e crianças pequenas sabe o fascínio que o armário da cozinha com potes e tampas plásticas exerce sobre eles ou como as embalagens dos presentes podem entretê-los por mais tempo do que o próprio brinquedo. Isso porque estimulam a criatividade e dão liberdade para usarem o material como quiserem naquele momento, sem jeito certo ou errado de brincar.

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Esses objetos são chamados por alguns autores de materiais não estruturados e, quando bem utilizados pelos profissionais, criam oportunidades de pesquisas e descobertas enquanto a criança cria suas próprias brincadeiras. 

As crianças têm a necessidade de explorar e a curiosidade em saber o que cabe, o que encaixa, o que empilha, como encher e esvaziar, juntar e espalhar, construir, esticar. Assim, aprendem muito ao experimentar essas ações com materiais de fácil acesso e simples aquisição, como latas de alumínio, tampas, cones, rolhas, palitos, carretéis, pequenos tubos de PVC, tecidos, elementos naturais, entre outros.

Na Educação Infantil, especialmente com as crianças bem pequenas, o educador deve preparar ambientes ao mesmo tempo facilitadores e desafiadores. Os materiais não estruturados são ótimas ferramentas para enriquecer os espaços com segurança, de forma que o professor não precise intervir, tirando o foco da criança de suas investigações. Esse tipo de material oferece diferentes usos para um mesmo item, com possibilidades infinitas de pesquisa dos sons, movimentos, gestos, texturas e cores. Para garantir a segurança das crianças, os materiais devem passar periodicamente por uma vistoria atenta do adulto a fim de identificar a boa condição para o uso e manter uma rotina de higienização. 

É possível trabalhar com vários tipos de materiais e, mesmo com a diversidade de possibilidades, as crianças devem reencontrar várias vezes os mesmos conjuntos a fim de aprofundarem no conhecimento das suas características e nas investigações e possibilidades de uso desses recursos. O espaço deve sempre ser convidativo, considerando a estética e como os materiais podem ser oferecidos separados por cor, forma, possibilidade de encaixar, de organizar, de colecionar, por exemplo. Quanto mais atraente o ambiente, mais desperta a atenção e o interesse. 

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Através das brincadeiras e criações, as crianças bem pequenas passam a representar momentos vividos no cotidiano. Uma caixa pode virar cama para a "neném" que é cuidada; tecidos de diferentes tamanhos podem se transformar em roupas de boneca, cobertores, capa de um super herói, cabanas ou simplesmente um lugar para se esconder.

Quando a criança brinca, protagoniza o espaço, interage com os objetos e vivencia momentos de prazer, tem as aprendizagens como algo significativo. Materiais não estruturados são materiais potentes para crianças potentes. O professor pode observar as investigações que a criança faz e a função que ela atribui para cada material e, com base nisso,  selecionar novos materiais e novas provocações para que a criança experimente.

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