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Conheça a história real que inspirou a série ‘The Dropout’

Produção é protagonizada por Amanda Seyfried e Naveen Andrews

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Por Rafael Nascimento
Atualização:
Amanda Seyfried como Elizabeth Holmes, a empresa da área da biotecnologia que tem sua história contada na série 'The Dropout'. Foto: Star+

Os primeiros episódios de The Dropout já estão disponíveis no streaming Star+, e a nova minissérie dramática conta a história real da empresária da área da biotecnologia Elizabeth Holmes, interpretada pela atriz Amanda Seyfried, e de sua empresa, a Theranos.

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O enredo aborda a ambição da criadora da startup, como ela ficou famosa mundialmente, virando até mesmo capa de várias revistas de negócios, até a sua queda e perda da fortuna.

Com oito episódios no total, The Dropout traz Naveen Andrews como Sunny Balwani e conta com a participação de Utkarsh Ambudkar, Kate Burton, Stephen Fry, Michel Gill, Lisa Gay Hamilton, William H. Macy, Elizabeth Marvel, Laurie Metcalf, Dylan Minnette, Alan Ruck, Sam Waterson e Michaela Watkins.

Os episódios são liberados toda quinta-feira no Star+. Conheça melhor a seguir a história real que inspirou a série.

A Theranos

Imagine que uma gota de sangue fosse o suficiente para detectar várias doenças. Essa era a promessa da Theranos, empresa fundada em 2003 por Elizabeth Holmes, que na época tinha 19 anos. A ideia levou à criação das máquinas portáteis Edison, que processariam as amostras de sangue para detectar anormalidades — teoricamente, equipamentos muito sofisticados e superiores aos que faziam os exames daquela época. O nome Theranos era um misto de therapy (terapia) e diagnosis (diagnóstico).

A empresa desenvolveu seu próprio recipiente para armazenar o sangue: era o nanotêiner, que tinha meia polegada de tamanho (1,29 cm), guardava 150 microlitros e substituiria vários tubos tradicionais de coleta de sangue. Segundo a Theranos, o sistema estava preparado para realizar até 250 testes: de diabetes e colesterol a câncer.

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O bilionário Tim Draper, que conhecia Elizabeth desde pequena, foi o primeiro a apostar na Theranos. Ele emprestou US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) à empresa.

Em 2004, no ano seguinte à fundação, a companhia informava que já tinha arrecadado US$ 6,4 milhões (cerca de R$ 35,1 milhões). Em 2005, outros US$ 16 milhões (cerca de R$ 87,8 milhões) chegaram.

Em 2014, os investimentos já somavam US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões), a companhia empregava 800 profissionais e era avaliada em US$ 9 bilhões (cerca de R$ 49,4 bilhões).

A queda de Elizabeth

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A confiabilidade da empresa foi questionada ainda em 2015, quando John Ioannidis, professor de medicina da Universidade de Stanford, levantou as primeiras suspeitas. Em um artigo, o professor aponta que a Theranos não tem pesquisas revisadas por outros cientistas e publicadas em periódicos especializados.

Em seguida, uma reportagem de John Carreyrou, publicada no jornal americano The Wall Street Journal, denunciou que as máquinas Edison não eram tão eficazes como anunciado. A matéria afirmava que os equipamentos podiam fornecer resultados imprecisos.

Além disso, foi descoberto que a tecnologia da Theranos não era usada em todos os testes oferecidos pela empresa: muitos exames passavam por máquinas tradicionais.

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A companhia passou a ser investigada e teve de enfrentar investidores, ações judiciais e sanções de agências governamentais dos EUA. As entidades reguladoras do país norte-americano pediram mais dados sobre a Edison e a qualidade dos exames que a máquina realizava.

A investigação de Carreyrou revelou mentiras sobre parcerias com laboratórios farmacêuticos, discrepâncias sobre os investimentos recebidos, testes forjados e outros. A acusação de fraude contra Elizabeth veio em junho de 2018.

Três meses depois, em setembro de 2018, a Theranos foi dissolvida. Depois das denúncias, a Theranos prometeu adequar os exames. A FDA, a procuradoria dos EUA e órgãos estaduais de saúde, decidiram investigar a companhia e os dados divulgados por ela.

A Forbes reavaliou a Theranos em US$ 800 milhões (cerca de R$ 4,4 bilhões) e, como as ações de Elizabeth não eram preferenciais, a fortuna da empresária foi de US$ 4,5 bilhões a US$ 0 de um dia para o outro.

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