Futebol tem lógica. É por isso que ganham destaque as saudáveis vezes em que essa lógica não prevalece. Via de regra os clubes de maior investimento, que montam times melhores, ganham jogos e taças. Foi o que ocorreu no Paulistão. Nada mais lógico do que o melhor time, o que fez melhor campanha, ficasse com o título.
Desde antes do torneio o Palmeiras já era favorito ao título - é bem melhor, inclusive, que seus três mais tradicionais rivais. Com a bola rolando, confirmou ao longo da disputa essa condição. Teve um empatezinho aqui, outro ali, mas nada que abalasse as estruturas, nada que preocupasse diretoria, comissão técnica, jogadores e torcedores.
Portanto, nada mais lógico que fosse campeão. O Água Santa fez um bem danado ao desenchavido campeonato ao ganhar o primeiro jogo, tirar a invencibilidade do Palmeiras, e dar graça à decisão. Mas, na real, não era mesmo páreo. A distância entre os dois times é imensa. Não dá para comparar.
O Palmeiras é um dos clubes mais ricos do país, tem um dos melhores elencos, construído nos últimos anos, um time competitivo montado por um técnico que está há mais de dois anos no comando, acostumou-se a ganhar títulos em nível nacional e continental, cede jogadores para a seleção...
O Água Santa, por sua vez, nem divisão do futebol nacional tem. Montou o elenco para disputar um único campeonato. Tanto que fez neste domingo, 9 de abril, início do quarto mês do ano, seu último jogo na temporada. Vai parar suas atividades até janeiro que vem - talvez a Federação o "convença" a disputar a Copa Paulista, mas, se isso acontecer, vamos e venhamos, não vai contar nem um pouco.
Não há parâmetro, portanto.
O Palmeiras fez apenas o que era sua obrigação.
O Água Santa foi valente, heroico até. Merece todos os aplausos.
Vexame mesmo deram Corinthians, São Paulo e Santos que nem competência para chegar à final tiveram. Aliás, ficaram bem longe dela. Uma vergonha!!!