Dali em diante, os momentos de brilho de Luxemburgo se limitaram a conquistas estaduais, com Santos, Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. Ok, são títulos que se somam ao currículo, mas não com o peso dos Brasileiros que venceu em outros tempos. Além disso, não desenvolveu, em quase nenhum dos clubes, um projeto de médio e longo prazo. Desgaste tem sido a rotina frequente.
Em algumas ocasiões, escrevi e falei que o melhor para ele seria um período de descanso, sabático, para reciclagem e para que o nome voltasse a ser associado a eficiência e modernidade. Ele, no entanto, sempre voa de um time para outro, com brevíssimo interlavo de repouso. Até trombar com problemas e sair. Mas a vida é dele e que faça o que bem entender. E, se tem mercado, que aproveite os convites, se assim o desejar.
Não dá para contornar as ironias do destino. No início do ano, teve nas mãos um elenco forte e caro montado pela diretoria do Grêmio. Veio gente de alto calibre juntar-se aos que lá estavam. Resultados? Esporádicas fases de vibração. Com o tempo, e com a turbulência, saiu do Sul e logo se encaixou no Fluminense, que dispensara Abel Braga, após decepções seguidas na Libertadores, no Estadual do Rio e na largada do Brasileiro.
Bom, o que aconteceu dali em diante? O Grêmio, sob comando de Renato Gaúcho, encontrou rumo, se firmou na Copa do Brasil e está na ponta do campeonato nacional, na briga com Botafogo e Cruzeiro pela liderança. O tricolor gaúcho joga de maneira simples e eficiente. O tricolor carioca não acha maneira de equilibrar-se e desce a ladeira perigosamente.
Provas disso vieram na noite deste sábado. O Grêmio bateu a Ponte Preta por 1 a 0, na sexta vitória em seguida, e com moral cada vez mais elevado. O Fluminense recebeu o imprevisível Santos e tomou 2 a 0, fora a baixa de Fred, contundido.
Daí fico a imaginar: sabe o que seria bom pro Luxemburgo? Procurar uma rezadeira de reconhecida capacidade, bater um papo com ela e pedir-lhe proteção. Porque a maré pro lado dele não está mansa. Não mesmo.