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Bens de dirigentes podem ser usados para pagar rombo

Intenção do Deic é ressarcir o clube de possíveis prejuízos financeiros causados na gestão Dualib /Nesi

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Serviço de Inteligência do Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado) admite a possibilidade de pedir o seqüestro dos bens do presidente do Corinthians, Alberto Dualib, e do seu vice, Nesi Curi. A intenção é ressarcir o clube de possíveis prejuízos financeiros provocados nos últimos anos pela sua gestão. Para tanto, o Deic precisa concluir investigações policiais começadas pelo Ministério Público Estadual sobre as suspeitas de que ambos se beneficiaram de um esquema de notas falsas durante cinco anos (de 2000 a 2005) no Parque São Jorge da empresa N.B.L. Serviços Contábeis, Consultoria e Assessoria Empresarial S.C. Ltda - de propriedade de Juraci Benedito - provocando rombo nos cofres do clube de R$ 436 mil. Dualib e Nesi Curi são acusados pelo MP de formação de quadrilha e estelionato. O esquema deflagrado obteve 80 notas fiscais frias. Anteontem, policiais do Deic e promotores do Gaeco deram uma blitz na sede administrativa do Corinthians, com ordem judicial, e apreenderam novas notas fiscais, documentos financeiros e três computadores - dois do clube e um de uso da MSI, de Kia Joorabchian. As CPUs ainda não foram analisadas. ''''Foram lacradas e serão encaminhadas para peritos do Instituto de Criminalística. Boa parte do material vai exigir perícia e só depois poderemos dizer se houve ou não fraude'''', explicou o delegado e assessor da diretoria do Deic, Maurício Guimarães Soares. Na investigação conduzida pela delegada Inês Cunha, do Serviço de Inteligência do Deic, e com acompanhamento dos promotores Roberto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, há suspeitas ainda de que Dualib e Nesi tenham tido o mesmo procedimento ilícito com outras empresas ''''prestadores de serviços'''' ao clube. ''''Tudo está sendo analisado, mas há indícios que ainda precisam de confirmação de que o rombo possa ter sido maior do que os quase R$ 500 mil apurados pelo MP'''', comentou Soares. Se a fraude for mesmo comprovada, com prejuízo ao patrimônio do Corinthians, o Deic começará outra batalha: ressarcir o clube. Pedir o seqüestro dos bens dos dirigentes é o caminho natural. Ocorre que Dualib, em reportagem divulgada pelo Estado dia 10 de agosto, batizada de Conexão Uruguai, repassou 33 imóveis seus, no valor de R$ 14,3 milhões, a uma empresa offshore em Montevidéu, Uruguai: a Unionlinx. Teoricamente, os imóveis não lhe pertencem mais. O rombo pode ser bem maior que os quase R$ 500 mil apurados pelo MP.

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