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COB confia em atletas com "experiência olímpica" para ajudar os mais jovens

O impacto da pressão sobre os atletas que disputarão os Jogos Olímpicos em casa deixa o Comitê Olímpico do Brasil (COB) em alerta. Entre os esportistas que ocuparão as 414 vagas garantidas pelo País na Olimpíada até o momento, no entanto, há um seleto grupo que não desperta essa preocupação: os "cabeças de campeão". A denominação é adotada por Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB, para designar os brasileiros veteranos, especialmente os medalhistas olímpicos.

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan e Nathalia Garcia
Atualização:

Ele enfatiza que todo atleta que passa por mais de uma edição da Olimpíada aproveita melhor a experiência, está concentrado em ter bons resultados e "tende a não se encantar tanto com as distrações que a Vila Olímpica pode oferecer". Além disso, Marcus Vinícius valoriza a troca de conhecimentos com os competidores novatos. "Robert Scheidt e Rodrigo Pessoa, que foram porta-bandeiras em cerimônias de abertura, têm uma grande responsabilidade transferindo estas experiências para os mais jovens".

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Mas o diretor do COB isenta os mais velhos de qualquer obrigação. "Dentro da Vila não passamos essa responsabilidade para o atleta que está em competição. No dia a dia, na conversa dentro do vestiário ou dentro da nossa área de convivência, são os atletas experientes que passam tranquilidade para os mais jovens", esclareceu.

Assim como em Londres, treinadores e ex-atletas foram "convocados" para as ações programadas pelo comitê para transmitir a vivência no esporte. "Já levamos o Emanuel para falar com os atletas do judô, o Bernardinho conversou com as meninas do handebol e o Giovane passou sua experiência para os atletas, já classificados para a Rio 2016, que estiveram presentes na nossa primeira reunião de integração", contou Freire.

Vela e hipismo, assim como tiro esportivo, estão entre as modalidades que permitem as carreiras mais longevas. Em cinco participações, Scheidt soma dois ouros (em Atlanta-1996 e Atenas-2004), duas pratas (em Sydney-2000 e Pequim-2008) e um bronze (Londres-2012). No Rio, a esperança volta a ser depositada sobre o velejador diante dos planos do Time Brasil de ficar no top 10 do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos, usando como critério o número total de pódios.

Doda Miranda, bronze por equipes no hipismo em Atlanta e Sydney, encara a possibilidade de disputar a Olimpíada pela sexta vez na carreira "com a experiência de veterano e entusiasmo de jovem cavaleiro". O atleta garante ter fôlego para Tóquio-2020 e disputar até mais edições. "Para o hipismo sou garoto. Cavaleiro é como vinho, mais envelhecido fica melhor. Nesse ponto meu ídolo é o cavaleiro Ian Millar, do Canadá, que aos 69 anos disputará sua 11.ª Olimpíada no Rio".