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Dunga bate bola e dá brindes a meninos

Em evento realizado pela Fifa, jogadores acenam de longe para torcida, mas só gandulas conseguem tocar seus ídolos

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

ENVIADO ESPECIAL JOHANNESGURBODifícil imaginar que os jogadores da seleção brasileira, assim também como seu comandante, consigam se esquecer de suas passagens por Soweto, o subúrbio internacionalmente conhecido da África do Sul por ter abrigado a resistência ao regime do apartheid e por ser o local de protestos de líderes negros contra a política de discriminação racial.Não foi uma visita espontânea como poderia ter sido. Foi imposta pela Fifa. Mas isso pouco importava para os muitos entre os 4 milhões de habitantes de Soweto que acordaram cedo para ver o Brasil de perto. A organização distribuiu 8.500 ingressos. Foi a primeira vez que o time teve contato com o povo sul-africano desde que chegou.O treinamento foi no Dobsonville Stadium, no coração do bairro negro, que demonstrou ontem toda sua paixão pelo famoso futebol brasileiro. Quando Dunga pisou no gramado à frente da delegação brasileira, viu um colorido diferente nas cadeiras tomadas por negros, a maioria crianças e mulheres com suas bandeiras, algumas do Brasil, e as tradicionais vuvuzelas, assopradas durante a uma hora e 44 minutos que o elenco permaneceu no estádio.Dunga se rendeu à festa dos moradores de Soweto. Ele deu uma bola, uma camisa da seleção e uma bandeira brasileira a dois meninos sul-africanos. Os garotos não se continham de alegria.Agradecimento dos atletas. Os jogadores, puxados por Kaká, também acenaram ao público, num gesto de agradecimento, assim como também fizeram em Curitiba, onde teve a primeira parada antes da viagem para Johannesburgo dia 26. As vuvuzelas soaram permanentemente, num ritmo de alegria e celebração aos visitantes, apesar dos atletas não se aproximarem dos torcedores, por questão de segurança. Os gandulas, meninos também do bairro, foram os que mais se deram bem. Alguns deles chegaram a tocar nos craques, como em Kaká, apertar sua mão e até a bater bola. Dunga, ao final do treino físico e de recuperação, também jogou com os garotos até Wendel, o preparador de goleiros, pegar a bola e acabar com a brincadeira.Mas já era noite em Soweto, embora muitos dos seus moradores tenham permanecido no estádio até o ônibus da seleção ganhar as ruas do subúrbio e sumir na escuridão. Só depois disso eles voltaram para casa. Para eles, um dia inesquecível.

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