O incentivo fiscal da Prefeitura para construção do Itaquerão poderá atingir um valor menor do que o Corinthians imaginava. O clube foi avisado que os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) devem ser emitidos no valor total de R$ 405 milhões e não mais de R$ 420 milhões. A diferença de R$ 15 milhões é mais um complicador para fechar a conta total do estádio – a obra já custa R$ 1,170 bilhão, somados valores de custo do projeto, gastos extras e pagamento de juros bancários.
O Estado publicou nesta quarta-feira que o atraso na liberação dos CIDs já preocupava o clube. Sem a emissão total dos títulos, não é possível vendê-los no mercado e transformar os papéis, de fato, em dinheiro. A demora fez com que clube tomasse mais empréstimos bancários a juros de mercado. Além disso, com o atraso, não houve correção monetária que o clube previa.
Segundo gestores do estádio, essa perda poderia chegar a R$ 80 milhões. A reclamação é que, com a redução do valor dos CID’s, o clube perde nas duas pontas da equação. Ainda não há previsão para que o último lote dos CID’s seja emitido – até agora o total de títulos liberados chegou ao valor de R$ 350 milhões.
A lei dos CIDs prevê que sejam emitidos um valor máximo de R$ 420 milhões, desde que se cumpra uma série de exigências. Esses títulos se transformam em dinheiro quando são vendidos no mercado a empresas pagadoras de impostos, como ISS e IPTU.
Corinthians e Odebrecht, quem construiu o estádio e faz parte do fundo que controla o Itaquerão, terão de vender os títulos a grandes empresas como bancos e shopping centers. Geralmente há um deságio de cerca de 10% do valor face.
O empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES para a construção do estádio já foi repassado. O clube vai começar a pagá-lo na metade do ano que vem e terá um prazo de dez anos para quitá-lo integralmente.