Ao empatar por 0 a 0 com o Coritiba, no Couto Pereira, o Corinthians se manteve sem perder como visitante no Campeonato Brasileiro. O problema é que o time não conseguiu embalar na competição e também não aproveitou a chance de diminuir a diferença para o Cruzeiro. Ela se manteve em cinco pontos.
O Corinthians pós-Copa do Mundo, apesar de se manter na parte de cima da classificação, ainda oscila demais de um jogo para o outro. Venceu o Internacional (2 a 1) jogando bem e fez um jogo horroroso diante do Vitória (0 a 0). Ainda pelo Brasileirão, obteve boa vitória no clássico contra o Palmeiras (2 a 0) e ontem fez uma outra partida ruim, abaixo de qualquer expectativa. Contra o Coritiba, em nenhum momento o Corinthians esteve perto de vencer.
Nem a expulsão de Fagner, no segundo tempo, pode ser usada como justificativa porque antes disso o time de Mano Menezes não jogou bem, em especial no primeiro tempo. O Corinthians não tinha Guerrero, mas Romarinho e Romero poderiam (na verdade, deveriam) se adaptar à função de centroavante. Sem o peruano, o ataque não prendeu a bola. Mas esse não foi o único problema do time de Mano Menezes no primeiro tempo. O Corinthians não conseguiu tocar a bola no meio de campo. Jadson e Elias apareceram pouco.
Nos primeiros 45 minutos, imperaram os lançamentos longos, muitas vezes sem endereço certo, ou os chutões. Não foi fácil a vida dos atacantes. Romero e Romarinho tinham dificuldades para jogar nas costas dos laterais e estavam bem marcados. Em uma das raras jogadas produtivas do primeiro tempo, Romero avançou pela direita e cruzou rasteiro. A bola chegaria a Elias se a defesa do Coritiba não interceptasse.
Houve só um chute em direção ao gol com a bola rolando e outro após uma cobrança de falta de Jadson - esta foi a única boa chance de gol alvinegra. Vanderlei fez grande defesa. Faltou agressividade ao Corinthians, embora não sofresse pressão do Coritiba, salvo quando Zé Love avançava pelo lado esquerdo, explorando o espaço entre Fagner e Cleber. No segundo tempo, o Corinthians foi um pouco mais objetivo e agressivo. Conseguiu construir jogadas pelo lado esquerdo do ataque com Fábio Santos e Romarinho e alçou mais bolas na área, ainda que não tivesse um típico centroavante.
Mano colocou Renato Augusto em uma tentativa de ganhar mais força no meio de campo, na armação das jogadas. Lodeiro, que seria uma opção, foi cortado do banco de reservas por causa de uma lesão no pé. O técnico, no entanto, não contava com a expulsão de Fagner, por causa de falta em Zé Love. O cartão vermelho foi justo porque o lateral-direito já havia recebido amarelo, também depois de disputa com Zé Love. A expulsão complicou o jogo para o Corinthians. Especialmente porque a ideia de jogar com dois meias de armação foi rapidamente abortada. Mano se viu obrigado a tirar Jadson para recompor a lateral direita com Guilherme Andrade.
Com um homem a mais, o Coritiba avançou a marcação e passou a jogar no campo do rival. O Corinthians se encolheu e especulou nos contra-ataques. A saída de Zé Love, contundido, representou um alívio para a defesa do Corinthians. Keirrison, que entrou em seu lugar, mal pegou na bola. O Corinthians voltará a campo pelo Brasileirão em mais um jogo difícil. Enfrentará o Santos no domingo, na Vila Belmiro. Antes, porém, o time vai a Salvador para encarar o Bahia pela Copa do Brasil - e poderá perder até por 2 a 0 para se classificar para as oitavas de final.
FICHA TÉCNICA:
CORITIBA 0 X 0 CORINTHIANS
CORITIBA - Vanderlei; Reginaldo, Luccas Claro, Welinton e Dener Assunção; Baraka, Germano (Geraldo), Norberto, Alex e Dudu Figueiredo (Hélder); Zé Love (Keirrison). Técnico - Celso Roth.
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Cléber, Gil e Fábio Santos; Ralf, Elias, Petros e Jadson (Guilherme Andrade); Romarinho (Luciano) e Ángel Romero (Renato Augusto). Técnico - Mano Menezes.
ÁRBITRO - Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS).
CARTÕES AMARELOS - Luccas Claro, Alex e Zé Love (Coritiba); Ángel Romero (Corinthians).
CARTÃO VERMELHO - Fagner (Corinthians).
RENDA - R$ 737.006,50.
PÚBLICO - 21.296 pagantes.
LOCAL - Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR).
