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Marcos reclama da torcida e imprensa

Goleiro reclama da desunião dos brasileiros e pede apoio para a seleção. Quer evitar uma tragédia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Menos de 48 horas após a derrota da seleção para o Uruguai, o goleiro Marcos voltou aos treinos, na Academia de Futebol do Palmeiras. Antes de entrar no vestiário, porém, foi questionado sobre alguns assuntos relacionados à seleção brasileira. As perguntas não poderiam chegar em melhor hora para que fizesse um grande desabafo e mostrasse revolta. Aproveitou a oportunidade para iniciar um polêmico discurso contra torcedores e imprensa. Segundo o titular da equipe de Luiz Felipe Scolari, falta união entre os brasileiros numa hora em que uma tragédia pode acontecer para o futebol do País: a não-classificação para a Copa de 2002. "Está todo mundo metendo o pau, mas é hora de dar moral aos jogadores. Se formos eliminados, todos vão lembrar que esses atletas não conseguiram levar o Brasil para a Copa do Mundo, mas os jornalistas também estão ajudando a tirar a equipe da Copa", declarou, em entrevista ao Estado. Ressaltou, contudo, não ter a intenção de culpar a imprensa no caso de uma inesperada desclassificação. Marcos acredita que o País todo será prejudicado se a seleção não estiver no Japão e na Coréia do Sul em 2002, não apenas clubes, atletas e pessoas ligadas ao esporte. Por isso, cobra mais apoio. "Os torcedores não vão poder se reunir para ver os jogos, pintar a bandeira brasileira nas ruas... E o que a imprensa vai fazer na Copa? Meter o pau nas outras seleções e fazer cobertura da Bulgária?" O goleiro atuou pela primeira vez na seleção nas eliminatórias, no domingo, contra o Uruguai, em Montevidéu. Quando chegou ao Brasil, assistiu a programas de televisão, ouviu rádio, leu jornal. Acompanhou as mais variadas opiniões sobre a partida e não se conformou com os elogios feitos ao time adversário. Para ele, os "gringos" são supervalorizados e os brasileiros, desrespeitados. "O povo disse que o Uruguai jogou uma maravilha de futebol, mas, se nós jogássemos assim em casa, seríamos vaiados durante os 90 minutos. O Recoba, que foi muito elogiado, deu dois chutes a gol, num deles a bola foi parar na arquibancada", justificou. Até agora, o time disputou seis jogos em casa, quatro no Morumbi e dois no Maracanã, e foi bastante vaiado em quatro deles. Por isso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conseguiu uma boa desculpa para tirar as últimas partidas de São Paulo e Rio, o racionamento de energia. O próximo compromisso, dia 15 de agosto, contra o Paraguai, deverá ser deslocado do Rio para Curitiba. Segundo atletas e dirigentes da CBF, cariocas e paulistas são críticos e impacientes. "Se a gente não faz um gol em 20 minutos, a torcida começa a vaiar", lembrou Marcos. "Mas o pessoal também pega no nosso pé, porque a imprensa divulga salários de jogadores." Em defesa do chefe A metralhadora do palmeirense não atingiu Scolari. Pelo contrário, ele saiu em defesa do chefe. O treinador foi elogiado por Marcos e isentado de qualquer culpa pela derrota para o Uruguai. "Deixaram a seleção atolar e pediram para que ele (Scolari) a tirasse da lama. Só se for com um jipe. Querem que treine o time em 15 dias e ganhe os últimos seis jogos das eliminatórias?"

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