Patrocinadora do Corinthians não aparece em lista atualizada do governo de bets regularizadas

Esportes da Sorte tinha a expectativa de aparecer na versão mais recente da relação, o que acabou não acontecendo; marca alega ter cumprido exigências do Ministério da Fazenda e aguarda regularização

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

A Esportes da Sorte, patrocinadora máster do Corinthians, não apareceu na lista atualizada divulgada pelo governo federal nesta quinta-feira, 3, de casas de aposta autorizadas a operar no País. Ao todo, são 205 marcas de 93 empresas de jogos online aptas a atuar no Brasil.

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A casa de aposta também estampa o espaço mais nobre das camisas de Bahia e Athletico Paranaense, e aparece na região do omoplata do Grêmio. A marca também é a principal apoiadora do time feminino do Palmeiras e, na Série B, do Ceará. O Estadão apurou que a Esportes da Sorte aguarda nova atualização da lista e tem a expectativa de aparecer na relação em breve.

Em nota, o Corinthians reafirmou confiança na parceira e solicitou esclarecimentos sobre a situação da marca. “O Sport Club Corinthians Paulista reafirma sua confiança na Esportes da Sorte, nossa parceira de patrocínio, que vem cumprindo integralmente o contrato. O clube está em contato com a parceira e enviou um pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos do processos de regularização da operação. O clube permanece atento a qualquer evolução do caso, sempre priorizando os interesses da instituição e de nossa Fiel Torcida”, diz nota publicada pelo clube.

Esportes da Sorte é a patrocinadora máster do Corinthians desde julho. Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

A Esportes da Sorte alegou tratar-se de um erro do Ministério da Fazenda e afirma ter cumprido todas as exigências da portaria 1.475/2024, referente à regularização das bets. A marca informou ainda que buscou a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) para retificação e esperava um retorno ainda nesta quarta-feira, 2, o que acabou não acontecendo. O Athletico Paranaense solicitou suspensão do patrocínio e também cobrou explicações sobre a situação da marca.

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Quem apareceu na lista é a Vai de Bet, antiga patrocinadora do Corinthians. A marca tinha um acordo de patrocínio no valor de R$ 360 milhões com o clube paulista, mas rescindiu unilateralmente depois do repasse de parte da comissão do intermediário a uma suposta empresa laranja. A casa de aposta conseguiu autorização para atuar nacionalmente por ter sido credenciada no Rio de Janeiro, via Loterj. A marca é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco em operação que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.

Ao todo, cinco casas de aposta que patrocinam dez times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de futebol masculino não estão na lista de bets autorizadas a operar no País a partir de 11 de outubro. Outro time da primeira divisão afetado é o Juventude, cuja patrocinadora máster, a Stake, também não aparece na relação divulgada pelo governo. O Estadão entrou em contato com as partes para posicionamento, mas ainda não obteve resposta.

Na segunda divisão, as casas de aposta não autorizadas a operar no Brasil a partir da data limite são Betvip, patrocinadora do Sport; Dafabet, do Guarani; e Reals, de Amazonas e Coritiba. A Reals informa que já entrou em contato com o governo federal e aguarda a resposta formal do SIGAP (Sistema de Gestão de Apostas). A empresa reitera que, desde o primeiro prazo para solicitação da licença, cumpriu integralmente todos os requisitos estabelecidos.

“Ainda não há uma clareza sobre o porquê de alguns operadores que aplicaram para a licença dentro dos prazos estabelecidos pela Secretaria de Prêmios e Apostas não constaram na lista divulgada ontem pelo governo. Acreditasse que isso ocorreu porque alguns pedidos de licenciamento já teriam tido uma análise que constatou a falta de documentos, ou a necessidade de adequação dos solicitantes os requisitos da regulamentação”, comenta Raphael Paçó Barbieri, do CCLA Advogados e especialista em temas envolvendo o mercado das bets.

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Para o especialista, as marcas que se sentirem prejudicadas por não aparecerem na lista mesmo estando em conformidade com as regras, pode contestar judicialmente a não inclusão. “Ocorre que a portaria que exigiu a apresentação do pedido de licenciamento para o funcionamento dos sites durante este restante de ano não trouxe essa possibilidade, de não autorização para funcionamento no período de transição, no caso de já ter sido constatada inconformidade na documentação apresentada pelo operador.”

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