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Raí pede a renúncia de Bolsonaro e diz que São Paulo é contra a volta imediata do futebol

Dirigente faz duras críticas ao presidente da República e sugere que ele entregue o cargo para não sofrer impeachment

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Por Redação
Atualização:

O diretor-executivo de futebol do São Paulo, Raí, deixou de lado o discurso geralmente sem polêmicas que o caracteriza e fez duras críticas ao presidente da República Jair Bolsonaro. De acordo com o dirigente tricolor, o ideal seria que o político renunciasse ao cargo para evitar um processo de impeachment em razão de suas decisões sobre a abertura da economia em meio à crise da pandemia no País. 

"Se perder a governabilidade, torço e espero uma renúncia para evitar o processo de impeachment, que sempre é traumático. Porque o foco tem de ser a pandemia. (O impeachment) não é uma coisa que tem de se pensar agora, energia nenhuma pode ser gasta nisso, mas se estiver prejudicando ainda mais essa crise gigantesca de saúde, sanitária, tem de ser considerado", disse o dirigente, em entrevista ao Globoesporte.com.

Raí, diretor de futebol do São Paulo Foto: Divulgação/São Paulo

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Raí critica a postura do presidente Bolsonaro em relação à forma com que ele está combatendo a pandemia do novo coronavírus. "Um posicionamento atabalhoado, é o mínimo que se pode dizer. Naquele momento, por exemplo, que ele deu aquele depoimento em rede nacional... Ele está no limite, muitas vezes, da irresponsabilidade, quando ele vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde", disse Raía.

O dirigente também deixou claro que sua irritação com Bolsonaro não se resume apenas pela forma com que  o presidente trata a covid-19 e as mortes por ela no Brasil, mas também como administra o País. "Outro absurdo do Bolsonaro é inventar crises políticas ou de interesses próprios, familiares, no meio de uma pandemia. É inaceitável. Tenho certeza que muita gente concorda comigo, inclusive alguns apoiadores do Bolsonaro. Ele foi eleito democraticamente, mas a própria democracia está conseguindo frear", continuou. 

O diretor de futebol afirma que o São Paulo é contra o retorno precoce do futebol brasileiro, apesar da situação financeira delicada que o clube, assim como a maioria dos outros times pelo Brasil, vive. "É bom deixar claro e reforçar que a posição do São Paulo não é voltar rápido. É voltar ao seu tempo, com as orientações, e gradativamente, começando obviamente o treino sem uma data certa de quando o campeonato vai retornar", afirmou. 

Mantendo um discurso direto e até fugindo de seu estilo de entrevistas, Raí reclamou até mesmo do presidencialismo. "Eu acho que isso me fez até questionar o presidencialismo, como sistema de governo. Estar sujeito a uma pessoa como essa, a um presidente como esse, que foi eleito democraticamente, mas que toma decisões que confundem completamente a população... Por causa dele, e aí o cálculo pode até ser feito, milhares de mortes a mais vão acontecer", completou.

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