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Holandês vê no futebol a chance de melhora

Atacante espera recuperar apartamento e voltar à faculdade. Aos 29 anos, ainda tenta se livrar do vício do cigarro

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O cigarro nas mãos de Erik Büdgen, de 29 anos, atacante da seleção holandesa, revela que o jovem ainda tenta se livrar dos vícios que a vida na rua o ensinou. Estudante universitário de Economia e Negócios, o jovem se viu dormindo nas calçadas depois de perder o emprego em meio à crise financeira que atingiu o mundo no último ano.Após tentativas frustradas de conseguir um novo emprego, Erik teve de deixar o apartamento em que morava. Deixou também a faculdade, para onde pretende voltar, se tiver sucesso na sua nova carreira como jogador de futebol. "Me sinto bem mais disposto. Com os treinamentos diários, mesmo quem está desanimado é obrigado a se mover. Fui escolhido para representar a Holanda no campeonato e isso me fez muito bem. Recuperei a autoestima, estou mais focado", conta o jovem de cabelos louros e olhos azuis, facilmente confundido com um típico turista nas areias de Copacabana. A Holanda tem em sua seleção outras pessoas que vivem ou viveram nas ruas. Os demais jogadores são pessoas que passam ou passaram por tratamento para se livrar das drogas. "Temos um campeonato nacional de futebol sem teto. Ele acontece todos os anos. Estes jovens foram os melhores do último campeonato", explica o diretor do time, Joer Snel, de 37 anos, que evita prever a colocação de seu time no campeonato. "Uma das regras do campeonato é que a cada edição todo o time se renove. Com isso, fica difícil prever um favorito", disse o diretor. "A seleção holandesa chegou ao Brasil mais acreditada após eliminar os brasileiros na Copa do Mundo na África, mas nosso objetivo aqui é incentivar estes jovens, não necessariamente vencer", falou, já contente com a participação da equipe. Além da Holanda, a seleção dos refugiados da Palestina e do Haiti são algumas das mais festejadas no torneio.

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