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‘Quase morri duas vezes’, diz Daniele Hypólito depois de enfrentar cinco internações

Ex-ginasta olímpica confirma que mandou recado de despedida para família e detalha, em entrevista ao ‘Estadão’, os problemas de saúde que encarou nos últimos meses

Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

Quando Daniele Hypólito terminou o ensaio do espetáculo circense que protagonizava ao lado do irmão Diego, uma amiga notou que ela estava pálida. Ela bebeu água, mas o líquido não desceu. Vomitou o que havia bebido e, precisando saber qual era seu problema, foi até a uma unidade de emergência de um hospital no Rio. Começava ali, em março deste ano, o período mais dramático da vida da ex-ginasta, que chegou a pensar que morreria.

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Foram cinco internações entre março e agosto, idas frequentes ao hospital que pareciam intermináveis, tensão e ansiedade até a identificação dos diagnósticos, três doenças, duas delas com quadro grave, e duas cirurgias. O ano de 2023 é para Daniele Hypólito o mais difícil de sua vida.

“Quase morri duas vezes”, diz ela ao Estadão, no momento em que detalhava uma das cinco vezes em que teve de ser internada, dando a dimensão do drama que viveu e que foi revelado pelo irmão, Diego, em entrevista ao programa “Sensacional”, da Rede TV!

Diego contou que Daniele, pensando que não sobreviveria, se despediu da família. Não foi uma hipérbole do irmão, segundo ela. Quando foi internada para tratar um quadro de pielonefrite, inflamação renal decorrente de uma infecção urinária, a ex-atleta olímpica pensou que perderia a vida naquele momento.

“Meu marido estava com a minha mãe ao telefone via vídeo. Eu deixei um recado. Falei: amor, não esquece que eu te amo e fala pra minha família que eu os amo muito’”, conta Daniele, ainda que não se lembre exatamente do que havia dito. “Não lembro porque minha pressão estava muito baixa. Até tenho algumas lembranças, mas não tinha ação nem reação. Só sentia a movimentação ao meu redor”.

Daniele Hypólito encarou cinco internações e diz ter pensado que morreria Foto: Reprodução/ Instagram

“Quase morri de verdade”, reforça ela. Foram dez dias no centro de terapia intensiva até superar a pielonefrite em março. Em abril, surgiu o segundo contratempo: uma pneumonia que a levou de volta ao hospital mais duas vezes e cuja origem só foi descoberta depois após vários exames.

‘Quase morri pela segunda vez’

O quarto sobressalto aconteceu em maio, durante a volta de uma viagem a Campinas, para onde Daniela havia ido dar uma palestra. Quando chegou ao Rio, ela foi direto ao hospital para ser internada pela quarta vez. “Nessa interação, meu médico fez exame de tudo que você possa imaginar para identificar o que causava a pneumonia. Foi aí que descobriram que meu seio da face estava cheio de secreções e nessas secreções haviam bactéria”, relata.

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Segundo Júlio Ramos, médico de Daniele, ela já sofria com sinusite crônica e, com a queda da imunidade depois do uso de antibióticos, o quadro se agravou. Ela foi acometida por uma pansinusite, que é a inflamação dos seios paranasais da face. “Foi quando eu morri pela segunda vez”, diz. “Fui colocada até de ponta de cabeça porque minha pressão caiu de uma forma que foi quase quando eu morri de novo”.

Quinta internação

Como os antibióticos não resolveram o problema, Daniele foi submetida a uma cirurgia para remover toda a secreção. Teve alta depois de mais um mês hospitalizada, mas continuou levando uma vida limitada, com cuidados específicos para o pós-cirúrgico e a necessidade de exames rotineiros. Durante esse “check-up”, ela descobriu mais uma problema. Veio, então, no mês passado, a quinta e última internação.

“Falei para o médico que não queria ficar internada de novo. Aí identificaram infecção urinária”, conta a ex-atleta que representou o Brasil em cinco Jogos Olímpicos e a primeira brasileira a ser medalhista em um Mundial ao conquistar a prata, em 2001, na Bélgica.

Daniele havia combinado com seu médico que seria operada em novembro para retirar um cálculo renal, mas a infecção urinária agravou seu quadro e obrigou a antecipação da cirurgia, que foi bem-sucedida. Recebeu nova alta médica e diz hoje estar totalmente recuperada. “De saúde, estou restabelecida”, afirma.

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“Foi o ano mais difícil da minha vida. “O atleta está em constante reabilitação. Tenho que estar em constante movimentação para conseguir as coisas”, pondera. Ela se refere às perdas financeiras que teve com a ausência de suas atividades devido aos problemas de saúde. A ex-ginasta hoje tem um canal no Youtube, faz apresentações no Circo Vostok ao lado do irmão, com acrobacias dos tempos da ginástica, e dá palestras, geralmente voltadas a estudantes universitários.

“Eu conto que as pessoas têm que ser persistentes, resilientes e continuar a ir atrás do sonho”, salienta ela. “Quero mostrar esse meu lado palestrante, cerimonialista. Quero apresentar a minha história agora que eu estou voltando a me movimentar”, deseja a ex-ginasta, que também usa suas redes sociais para conscientizar seus seguidores sobre as doenças que teve e que podem acometer qualquer um.

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