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Opinião|Lições do São Paulo no Morumbi: Rafael vira dono do gol, elenco está confiante e a ‘sorte’ voltou

Diante de 50 mil torcedores, o time de Dorival reescreve sua história na temporada após teste de fogo contra o Sport: há aprendizados

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O que dá para tirar de lição do São Paulo na partida contra o Sport e na sofrida classificação do time para as quartas de final da Copa do Brasil? A primeira lição é que a equipe tem um bom goleiro, Rafael, que pegou um pênalti e evitou o pior no Morumbi. Seu nome já vinha sendo comentado desde a chegada de Dorival Júnior. Rafael dá tranquilidade ao torcedor como nunca antes depois da saída de Rogério Ceni do gol.

A segunda lição é que o dito popular de que “2 a 0 é um placar perigoso”, volta e meia se faz verdadeiro, como fez diante do Sport e nessa etapa da Copa do Brasil. O São Paulo tinha vencido por 2 a 0 o rival pernambucano no Recife e se complicou na partida de volta: perdeu por 3 a 1 e se salvou nos pênaltis. O Atlético-MG, um dia antes, também se deu mal com o mesmo marcador no jogo de ida: perdeu para o Corinthians em Itaquera e caiu nos tiros livres.

Ou seja, no futebol brasileiro, em que não há jogo ganho ou perdido antes da hora, todo cuidado é pouco.

Dorival Júnior amargou sua primeira derrota no São Paulo desde que chegou ao clube: perdeu para o Sport por 3 a 1, mas se classificou nos pênaltis na Copa do Brasil Foto: Rayner Peña / EFE

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Uma terceira lição é entrar no embalo das boas fases. O São Paulo não havia perdido ainda com Dorival. Fazia 11 jogos. É ótimo que a torcida festeje as sequências, brinque com os rivais, faça provocações, mas isso não pode entrar dentro de campo. Dorival é maduro o suficiente para não permitir isso novamente, como disse de bate-pronto após o alívio da classificação em casa: “não vai acontecer de novo”.

O torcedor são-paulino, durante a partida e pelas redes e conversas de amigos no WhatsApp, deixou escapar aquele sentimento de “voltamos a ser como éramos”. Mas isso foi aplacado nas cobranças de pênaltis. Uma outra lição é essa confiança que o elenco tricolor recuperou na temporada. Antes, qualquer obstáculo colocava o São Paulo para baixo. Elenco e comissão técnica se abatiam com derrotas e fracassos. Ceni era o primeiro a demonstrar isso no vestiário. Isso mudou. E com os mesmos jogadores, diga-se.

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A fase é outra. E para quem acredita em sorte no futebol (eu acredito), o São Paulo fez as pazes com ela. Aqueles momentos ruins e pesados não existem mais, o que não quer dizer que ele não apareça, como apareceu diante do Sport. O que quero dizer é que o grupo sente, mas não joga a toalha. O torcedor, apesar do susto, tem de abraçar seu time na Copa do Brasil.

A última lição e essa vale para sempre é não deixar que a empolgação da diretoria contamine o vestiário. O São Paulo não ganhou nada e não se sabe se vai ganhar. Isso só saberemos lá na frente. Mas já há dirigentes soltando rojão, estourando champanhe. Opa. É cedo para isso, cartolada! Segura a onda para não atrapalhar. Pezinhos nos chão. O elenco também já sofreu muito para entrar nessa, assim como a comissão de Dorival. É fato que o São Paulo está bem na Copa do Brasil, Brasileirão e Sul-Americana. Mas a disputa é dura contra rivais de melhores jogadores e mais bem entrosados. O time do Morumbi tem de continuar comendo pelas beiradas.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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