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São Paulo 2007; nas medalhas, o Pan é dos paulistas

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Por PEDRO FONSECA

O mérito pelas instalações reconhecidamente de alto padrão e pela organização sem maiores problemas é do Rio de Janeiro mesmo que a maior parte do dinheiro tenha vindo de cofres federais. A conquista da histórica medalha de ouro do boxe, após 44 anos, vai para a Bahia, e os louros pela exibição de gala de Marta no Maracanã, para Alagoas. Mas São Paulo é o Estado que mais contribuiu para as 54 medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil no Pan 2007. Excluindo-se os seis títulos dos esportes coletivos -- handebol masculino e feminino, futebol feminino, futsal, vôlei e basquete masculino -- os paulistas estiveram presentes em 24 das 54, sejam sozinhos ou como integrantes de equipes que subiram ao primeiro degrau do pódio. A chuva insistente e o frio presente à quase todos os dias do Pan foram o cenário ideal para a festa dos paulistas nas competições. O principal nome do Estado foi o nadador César Cielo, dono de três ouros no Pan, assim como as ginastas Tayanne Mantovaneli e Natalia Sanchez, da ginástica artística. É do atletismo que vem o maior número de paulistas campeões, cinco entre as oito medalhas de ouro conquistadas pela modalidade no estádio Olímpico João Havelange são deles. Maurren Maggi (salto em distância), Fabia Murer (salto com vara), Juliana Santos (1.500m), Fábio Silva (salto com vara) e Basílio Moraes (4x100m) foram os paulistas que fizeram chover medalhas no Engenhão, na melhor participação do atletismo brasileiro na histórias dos Pans. Paulistas que vieram de ônibus para o Pan. Ainda que o multicampeão Thiago Pereira seja de Volta Redonda e tenha contribuído com seis ouros para o Rio, o Estado que recebe o Pan-Americano participou de 13 medalhas a menos que São Paulo no levantamento feito pela Reuters, e ainda assim é o segundo maior fornecedor de ouro para o Brasil. Além dos seis de Thiago, outros três vieram da vela, em que seis dos sete velejadores dos três barcos vencedores são fluminenses. Afora isso, só a ginasta Jade Barbosa e o carateca Juarez Santos representaram os fluminenses no alto do pódio. Cinquenta e um competidores nascidos na região Sudeste do país, onde está a maioria avassaladora dos clubes esportivos, conquistaram medalhas de ouros, enquanto a Norte colocou apenas um medalhista no degrau mais alto do pódio no Pan-Americano disputado no Brasil, o velocista amazonense Sandro Viana, campeão no revezamento 4x100m. "Desde 2005 venho me preparando para esta prova e o peso da responsabilidade de representar o Brasil dentro do meu país fez com que eu não conseguisse dormir na noite antes da competição. Estou feliz por não ter decepcionado ninguém", afirmou Sandro, que fechou o revezamento brasileiro já com os braços abertos pela vitória. ESTRANGEIROS Assim como no RJ, vem da piscina também o nome de maior impacto no quadro de medalhas fora do Sudeste, a brasiliense Rebeca Gusmão. A "gigante" das piscinas, como sugere o próprio apelido, tornou-se a primeira nadadora do país a conquistar uma medalha de ouro, ao vencer os 50m livre, e repetiu a dose nos 100m livre. Os gaúchos também tiveram boa participação, presentes em sete medalhas de ouro: Marcel Sturmer na patinação artística, o judoca João Derly, o nadador Eduardo Deboni, o canoísta Edson Silva, o velejador Alexandre Paradeda, a corredora Sabine Heitling e o ginasta Mosiah Rodrigues. O boxeador baiano Pedro Lima, que ao vencer o americano Demetrius Andrade na categoria encerrou um jejum de 44 anos do boxe brasileiro sem ouro em pan-americanos, talvez tenha sido quem mais defendeu a regionalidade no pódio. Com uma enorme bandeira da Bahia, ao lado de uma menor do Brasil, ele creditou aos conterrâneos Acelino Popó Freitas, secretário de esportes de Salvador, e Luiz Barreto, o "Dória," seu treinador, o crédito pela medalha. A Bahia deixa o Pan com cinco medalhas de ouro, três delas graças a participação de Marcela Menezes nas três vitórias conquistadas pela equipe de ginástica artística. O outro vem da praia, do campeão olímpico Ricardo, parceiro de Emanuel. "Quando Pedro chegar a Salvador na segunda-feira vai ter carro de bombeiro esperando ele para passear e uma grande festa," previu Popó logo após a vitória de seu conterrâneo. Três competidores que subiram no degrau mais alto para ouvir o hino brasileiro vieram de fora. O remador "argentino" Sebastian Cuattrin, nascido em Rosário, foi um deles, seguido pelo parisiense Rodrigo Pessoa, do hipismo que montou o cavalo holandês Rufus, e o nadador do 4x100m livre Fernando Silva, que nasceu em Roma, na Itália.

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