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Sob comando das equipes, um Mundial mais barato

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Por Livio Oricchio e MÔNACO

As possibilidades de um acordo, hoje, entre a associação das equipes, Fota, e Max Mosley, presidente da FIA, com a intermediação de Bernie Ecclestone, promotor do Mundial, cresceram. Mas se der tudo errado, considerando-se os interesses na Fórmula 1, como seria o campeonato das dissidentes da entidade máxima do automobilismo? Num Mundial promovido pela Fota as diferenças para o formato mantido pela Formula One Management (FOM) de Ecclestone seriam enormes. Essencialmente, tudo seria mais barato, para promotores de corridas, redes de televisão, espectadores nos autódromos e investidores de modo geral. É possível se dar números. A F-1 perdeu o GP dos Estados Unidos porque Ecclestone se cansou de receber uma das menores taxas do calendário, cerca de US$ 10 milhões (cerca de R$ 20 milhões) por edição do evento. Passou a exigir US$ 15 milhões e Tony George, proprietário do circuito de Indianápolis, disse que não podia pagar. Resultado: a Fórmula 1 perdeu a prova. A Fota reintroduziria a corrida no seu campeonato de imediato por ser do seu interesse. Atenderia a Tony George. O mesmo ocorreria com os organizadores das etapas de Montreal, Silverstone e do GP da França, todas também de grande interesse da F-1. Hoje a FOM cobra entre US$ 30 e 35 milhões das últimas nações que passaram a fazer parte do Mundial, como China, Bahrein, Espanha (Valência), Cingapura e Abu Dhabi. E não se conforma em receber pouco de alguns promotores. Mas poucos sabem: não existe taxa para o GP de Mônaco. Tudo porque é importante para a Fórmula 1. A Fota faria novos contratos com as TVs. A rede Globo, por exemplo, paga US$ 18 milhões por ano para ter a exclusividade da F-1. Mas a RTL, da Alemanha, RAI, Itália, e Fuji, Japão, gastam US$ 50 milhões. Claro que parte do arrecadado retorna para as equipes. Mas a Fota acredita que cobrando menos haveria mais gente interessada e todos sairiam ganhando. Os ingressos, da mesma forma, passariam a custar bem menos. A participação das próprias equipes no bolo seria significativa. Resta saber se sem um líder, capaz de ditar rumos, como Ecclestone, ainda que fique com a parte do leão, o campeonato da Fota seria capaz de se manter ativo por muito tempo sem sérias discussões internas.

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