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FIA cria regra que restringe manifestações políticas dos pilotos na Fórmula 1

Decisão da entidade é uma resposta aos protestos feitos nos últimos anos, principalmente pelo inglês Lewis Hamilton e pelo alemão Sebastian Vettel

Por Estadão Conteúdo

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) criou uma nova regra para restringir as manifestações políticas, sociais e religiosas dos pilotos em suas competições, como a Fórmula 1. Na prática, pilotos, como o inglês Lewis Hamilton, correm risco de sofrer punições em caso de posicionamentos que não sejam aprovados de forma antecipada pela entidade que rege o esporte a motor no mundo.

A decisão da FIA em limitar as manifestações dos pilotos e dirigentes consta na atualização do seu Código Esportivo Internacional. Um novo artigo, o 12.2.1., apresenta as novas restrições ao vetar “a manifestação e a exposição geral de posicionamentos de cunho político, religioso e pessoal ou comentários que notadamente violem o princípio geral de neutralidade promovido pela FIA, em seus estatutos, a não ser em casos de aprovação prévia, por escrito, pela FIA ou pelas competições internacionais ou por associações esportivas, dentro de suas jurisdições”.

Em 2020, Hamilton utilizou uma camiseta em protesto à morte de Breonna Taylor. Foto: Jennifer Lorenzini/Pool via REUTERS

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A decisão da FIA é uma resposta às frequentes manifestações sociais e políticas feitas pelos pilotos nos últimos anos, principalmente pelo inglês Lewis Hamilton e pelo alemão Sebastian Vettel. Eles defenderam bandeiras específicas, como as do movimento LGBT+, da sustentabilidade ambiental e da luta contra machismo e contra o racismo.

Um dos posicionamentos mais chamativos foi protagonizado por Hamilton na Itália, em 2020. Quando estava no pódio, o heptacampeão mundial exibiu em sua camisa a mensagem “Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor”, em referência a uma americana negra assassinada pela polícia naquele mesmo ano. Nas costas da camisa, Hamilton estampou “Diga o nome dela”.

Em outro caso famoso, Vettel vestiu camisa com cores do arco-íris e a mensagem “Mesmo Amor” estampada na frente no GP da Hungria, em protesto às opiniões e decisões homofóbicas do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán. Houve ainda manifestações do tipo nas máscaras, que protegem contra a covid-19, e em capacetes.

Sebastian Vettel se manifestou a favor da causa LGBT+ nos últimos anos. Foto: Florion Goga/Pool via Reuters

Os dois pilotos também ficaram famosos pelas declarações que causaram constrangimentos à cúpula da F-1, principalmente quando pediram atenção aos direitos humanos em países governados por ditaduras, caso da Arábia Saudita, que faz parte do calendário atual da Fórmula 1.

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