Wallace contesta suspensão de 5 anos e considera atuar fora do Brasil: ‘Não vou parar de jogar’

Atleta do Sada Cruzeiro foi punido pelo COB após sugerir tiro no presidente Lula em publicação nas redes sociais

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Por Redação

Suspenso por cinco anos de qualquer competição organizada por entidades ligadas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), o oposto Wallace considera a decisão, tomada pelo Conselho de Ética da entidade máxima do esporte brasileiro (CECOB), desproporcional. Aos 35 anos, o jogador do Sada Cruzeiro espera ao menos reduzir o período da punição, aplicada por incitação à violência contra o presidente Lula (PT) e antes válida por apenas 90 dias.

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“Cinco anos é muita coisa. Assim, hoje tenho 35, vou fazer 36 neste ano. Se realmente se concretizar isso daí, teoricamente acabou para mim, mas espero que isso mude, que isso se reverta de alguma forma. Que seja uma punição razoável. Saiba que você está abrindo um precedente. Eu tomei 17 jogos. Hoje a punição máxima no vôlei acho que são 12. Agora os caros aumentaram para cinco anos”, disse em entrevista ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo.

“A punição máxima para doping são dois anos, três, quatro, não sei. Estou tomando mais. É bem desproporcional, por uma postagem de meme. Eu me arrependi profundamente de ter feito isso. Se soubesse, obviamente não teria feito, estaria jogando. Cara, eu errei, como qualquer um erra, mas a proporção que se tomou por ser eu, ter de pagar nessa moeda e pronto”, completou.

Wallace em ação pela seleção brasileira durante os Jogos de Tóquio, em 2021. Foto: Carlos Garcia Rawlins/ Reuters

O oposto já pensa nas possibilidades caso não consiga reverter a decisão. Por isso, considera buscar um clube do exterior para atual. “Não vou parar de jogar. Acredito que ainda tenha possibilidade de jogar fora do Brasil, então não vou parar”, afirmou o jogador, que viveu a maior parte da carreira jogando em equipes brasileiras. Apenas na temporada 2020/2021, atuou na Turquia, pelo Spor Toto.

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Wallace foi suspenso por 90 dias por incitação à violência contra o presidente Lula (PT), ao perguntar aos seus seguidores, no Instagram, quem “daria um tiro” no petista. Mais tarde, conseguiu uma liminar concedida pelo STJD do vôlei, que interpretou a suspensão como uma punição aplicável apenas em relação à ocupação de cargos administrativos no COB ou demais confederações ligadas à entidade, sem extensão à esfera esportiva.

O CECOB, contudo, reafirmou que sua decisão era soberana e que determinava, sim, o banimento de competições, não apenas de cargos administrativos. O conselho pediu uma posição do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), que entendeu que a decisão do STJD deveria prevalecer, mas a posição do CECOB não mudou.

Após dias de dúvida, o Cruzeiro confiou nas avaliações do STJD e do CBMA para colocar Wallace em quadra na final da Superliga Masculina de Vôlei, no último domingo. O oposto ficou no banco, entrou em alguns momentos e fez apenas um ponto, justamente o que garantiu a vitória do time mineiro sobre o São José e garantiu o título.

No dia seguinte, o CECOB decidiu aumentar a suspensão de Wallace para cinco anos e suspender por seis meses a CBV por permitir que o atleta jogasse a decisão. Num movimento inédito e que pegou de surpresa dirigentes do COB e da CBV, o despacho do CECOB, assinado pelos conselheiros Ney Bello Filho, Sami Arap, Humberto Aparecido Panzetti e Guilherme Faria da Silva, também determinou o corte de repasses do comitê destinados à confederação por seis meses. Além disso, foi anunciada a suspensão por um ano do presidente da CBV, Radamés Lattari Filho.

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A defesa de Walace ainda deve tentar recorrer da ampliação da pena. Será feita uma nova tentativa de redução diante do CBMA, antes do acionamento da Corte Arbitral do Esporte (CAS), em última instância.