É falso que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenham saqueado e destruído uma loja da Havan após a vitória do petista no segundo turno das eleições. Um vídeo que circula nas redes sociais é uma montagem que associa dois acontecimentos diferentes para simular uma invasão à empresa. Na realidade, as imagens mostram prejuízos causados por uma ventania em uma unidade da Havan em São José dos Campos e um ataque a uma farmácia do Rio de Janeiro. Os dois episódios ocorreram antes das eleições.
Na legenda do vídeo, o autor faz menção à Venezuela e escreve: "Faz um L. É só o começo do fim do Brasil" - em referência a imagem de um homem derrubando prateleiras a socos e pontapés. Leitores pediram a checagem por WhatsApp, no número (11) 97683-7490.
As primeiras imagens do vídeo foram gravadas na loja Havan de São José dos Campos, localizada no interior do estado de São Paulo. Na gravação em questão, uma mulher mostra funcionários e clientes num mesmo ambiente do estabelecimento e diz: "Misericórdia, é o fim dos tempos aqui na Havan. Caiu tudo, caiu a frente da loja, está tudo inundando". Em seguida, a imagem corta para o vídeo de um homem chutando e derrubando prateleiras de um estabelecimento não identificado à primeira vista.
De acordo com a Havan, as imagens do suposto ataque à loja são falsas e não correspondem ao que ocorreu na unidade de São José dos Campos. Segundo a empresa, no final da tarde de sábado, 29, uma grande ventania de até 95 km/h atingiu o município, resultando na quebra de vidros e de parte do telhado do empreendimento. Os reparos foram realizados durante o final de semana e a loja voltou a atender os clientes na segunda-feira, 31.
Uma busca reversa de imagens (aprenda a usar essa ferramenta) mostrou que o vídeo do homem quebrando prateleiras foi gravado dentro de uma farmácia, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, o rapaz destruiu o estabelecimento a socos e pontapés após ter a venda de um medicamento negada por um funcionário da farmácia. De acordo com o vídeo publicado pelo Uol, a gerência constatou que o receituário, supostamente para um fármaco controlado, estava alterado e fora dos padrões exigidos pela Anvisa.