Aluno atirou 69 vezes em massacre na Finlândia

Garoto que matou 8 pessoas tentou incendiar a escola e tinha quase 400 balas em seu poder

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Por AP , Efe e Helsinque
Atualização:

A polícia finlandesa informou ontem que o garoto Pekka-Eric Auvinen, de 18 anos, que na quarta-feira matou oito pessoas em uma escola de Tuusula e suicidou-se em seguida, disparou 69 vezes de maneira aleatória antes de tentar incendiar o colégio. "No local foram encontrados 69 cartuchos", disse Jan Olof Nyholm, investigador da polícia local, que afirmou que o estudante tinha em seu poder um total de 389 balas. A polícia informou ainda que as oito vítimas - quatro garotos, duas meninas, a enfermeira e a diretora da escola - foram mortas ou com tiros na cabeça ou acima da cintura. Algumas das vítimas de Auvinen receberam até 20 disparos. Os agentes encontraram ainda líquidos inflamáveis no segundo andar da escola, o que indicaria que o garoto teria tentado incendiar o prédio. Os policiais também descobriram que Auvinen deixou uma nota de suicídio. No bilhete, o estudante despediu-se da família e repetiu as mesmas reivindicações que havia feito no vídeo postado no YouTube no dia anterior à tragédia. O detetive Tero Haapala, um dos responsáveis pela investigação, disse que não havia ligação direta entre as vítimas e o assassino, o que indica que ele não sabia em quem estava atirando. "Podemos afirmar que o motivo do crime ainda está em aberto, mas a explicação mais plausível pode ser encontrada em seus textos na internet", disse Haapala. De acordo com colegas e professores, o jovem Pekka-Eric Auvinen era considerado um aluno brilhante e apaixonado pela história das revoluções, principalmente a russa - os investigadores acham que a data escolhida por ele, 7 de novembro, tenha relação com os 90 anos da tomada do poder pelos bolcheviques, em 1917. Admirador de Hitler e Stalin, não escondia de ninguém a paixão também pelas armas de fogo. Outro detalhe considerado importante pela polícia, e que pode ajudar a encontrar os motivos da chacina, foi a revelação de alguns alunos e professores de que Auvinen era constantemente humilhado pelos colegas de escola. LUTO Com bandeiras a meio mastro e velas acessas nos arredores do colégio Jokela, local da tragédia, a Finlândia prestou ontem homenagens às vítimas. A presidente do país, Tarja Halonen, participou de uma missa celebrada para os mortos no massacre. A escola foi isolada pela polícia e permanecerá fechada - e sem previsão de reabertura - até segunda-feira.

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