O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, disse nesta sexta-feira, 11, que "ninguém reconheceu nem legitimou o governo de (Roberto) Micheletti", presidente de fato de Honduras, desde a deposição de Manuel Zelaya no dia 28 de junho.
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"Ninguém reconheceu nem legitimou o governo de Micheletti, não só os Estados Unidos, mas ninguém. E isso provavelmente também cria uma certa dificuldade, porque, naturalmente, é preciso ser muito cuidadoso ao negociar com um governo de fato que ninguém reconhece", disse Insulza.
O principal responsável da OEA ressaltou, em declarações à Rádio Cooperativa do Chile, que "uma ditadura nunca tinha sido rejeitada por todos os países do mundo",
"Há países que disseram que vão reconhecer as eleições, que vão reconhecer o presidente (eleito Porfirio) Lobo, mas não há nenhum país que tenha normalizado suas relações ou que tenha declarado que reconhece o governo de fato", afirmou.
Insulza também avaliou a proposta de Arturo Valenzuela, secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para a América Latina, que, ontem, pediu aos países latino-americanos que façam um "esforço final e coletivo" para uma solução definitiva à crise em Honduras.
"O que não pode acontecer é que alguém comece a negociar com Micheletti por sua conta ou faça coisas por seu lado, porque o que pode ocorrer é o que aconteceu na noite de ontem", disse Insulza, em alusão à frustrada saída de Zelaya para o México.
Na quarta-feira, o governo de fato negou um salvo-conduto a Zelaya para poder deixar a embaixada do Brasil, onde está abrigado desde 21 de setembro, para viajar para o México, após uma negociação entre as partes.
"Honduras está em uma má condição econômica, que tinha melhorado muito no mandato de Zelaya", assegurou o chefe da OEA, que lembrou que o país não está recebendo cooperação internacional, embora não tenha sido decretado um bloqueio comercial.