O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, defendeu em entrevista à BBC um cessar-fogo imediato, depois de o Conselho de Segurança da ONU adotar uma resolução determinando o fim dos confrontos entre Israel e a milícia xiita libanesa Hezbollah. Blair, que está de férias no Caribe, tinha sido criticado pela esquerda do Partido Trabalhista e vários líderes da comunidade muçulmana britânica por ter se alinhado desde o início da crise com a posição dos Estados Unidos, considerada excessivamente favorável a Israel. O líder trabalhista afirmou, no entanto, que ainda haverá dificuldades até que as forças de paz da ONU possam assumir o controle da situação no sul do Líbano. A resolução aprovada na sexta-feira pelo Conselho de Segurança exige "a cessação completa das hostilidades" entre Israel e o Hezbollah, além da retirada das forças israelenses do Líbano. "As hostilidades devem cessar imediatamente. No entanto, haverá dificuldades até ficar claro se as tropas libanesas e a força multinacional da ONU podem efetivamente devolver ao governo libanês o controle do sul do Líbano", disse Blair. Ele considerou "trágica" a perda de vidas inocentes, libanesas e israelenses durante o conflito. "Temos que dar os passos necessários para evitar que isso se repita", acrescentou. A ministra de Relações Exteriores, Margaret Beckett, disse que espera uma "paz duradoura" na região. Ela suspendeu suas férias na França para ir a Nova York, e disse que o Líbano "tem sofrido há muito tempo com ocupações, intervenções e conflitos". E quem mais sofre, assim como em Israel, "é a população civil". A resolução aprovada pela ONU autoriza o posicionamento de uma força de manutenção da paz da ONU de 15 mil soldados, que colaborariam com outros 15 mil militares libaneses no sul do país.