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Colômbia diz ter provas de que líderes rebeldes estão na Venezuela

Comunicado diz que líderes das Farc e do ELN estariam no país, mas não responsabiliza Chávez.

Por Claudia Jardim
Atualização:

O governo da Colômbia afirmou nesta quinta-feira ter "evidências" de que vários importantes líderes e integrantes dos grupos guerrilheiros Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN) estão na Venezuela. Por meio de um comunicado, a Presidência colombiana disse que o ministro da Defesa, Gabriel Silva, pretende apresentar publicamente as supostas provas que revelam a presença de guerrilheiros colombianos em território venezuelano. "O governo nacional tem evidências que comprovam a presença na República Bolivariana da Venezuela de alguns chefes do grupo terrorista das Farc e outros integrantes do grupo terrorista ELN", afirmou o comunicado. Segundo o governo colombiano, estariam na Venezuela o dirigente guerrilheiro conhecido como Iván Márquez; Rodrigo Granda, visto como o chanceler das Farc; Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko, e Germán Briceño, chamado de Grannobles. Da direção do ELN supostamente estaria na Venezuela Carlos Marín Guarín, conhecido como Pablito, segundo o comunicado da Presidência. Secretariado Iván Márquez é um dos sete membros do secretariado das Farc, cúpula política e militar da guerrilha. Márquez apareceu publicamente em Caracas, em 2007, ao lado de Chávez, quando o presidente venezuelano mediou, a pedido do governo da Colômbia, o processo de libertação de um grupo de reféns da guerrilha. Granda foi capturado por agentes colombianos em 2004 na Venezuela. O episódio foi o pivô de uma grave crise diplomática entre Bogotá e Caracas. Na época, Chávez questionou o governo Uribe de violar a soberania territorial venezuelana. Logo depois, Granda foi libertado para que participasse do processo de negociações para a libertação da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, sequestrada pelas Farc. A mediação do guerrilheiro, porém, nunca foi concretizada. Reaproximação As acusações são reveladas a pouco menos de um mês da posse do presidente eleito Juan Manuel Santos, em um momento que Caracas e Bogotá ensaiam uma reaproximação após um longo período de crise diplomática. Mas, diferentemente do que ocorreu em outras ocasiões, este comunicado não responsabiliza diretamente o governo do presidente venezuelano Hugo Chávez pela suposta presença dos chefes guerrilheiros na Venezuela. Chávez ainda não confirmou sua participação na cerimônia de posse do novo presidente colombiano, Manuel Santos, em agosto. A tentativa de reaproximação do novo governo colombiano com Caracas provocou a reação do presidente colombiano Álvaro Uribe, que afirmou que as relações internacionais não eram assunto de "cosmética, nem de relações de aparências". "Aqui o que se necessita é de um compromisso para que em nenhuma parte possa se localizar o terrorismo", afirmou Uribe na semana passada. As relações diplomáticas e comerciais entre Venezuela e Colômbia foram "congeladas" por Chávez no ano passado, em resposta ao acordo militar firmado entre Estados Unidos e Colômbia que permite a presença de tropas americanas em bases militares colombianas. Para o presidente venezuelano, o acordo representa uma ameaça à paz regional e a seu projeto de revolução. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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