Como muitos americanos, Hollie Sain, de 37 anos, chegou ao mundo dos rifles e dos revólveres pela caça. Filha de um ex-fuzileiro naval que mantém um arsenal em sua casa, ela aprendeu a atirar aos 5 anos. Hoje, Hollie ensina a seu filho Vaughn, de 9 anos, o que aprendeu com seu pai, James Sain.
Grande parte da carne que está no seu freezer é de animais que ela abateu e dos quais retirou as vísceras e a pele. Sua sala e cozinha são decoradas com cabeças empalhadas de alces que ela matou. No chão de seu quarto, está a pele de um urso caçado no Alasca.
Instrumentista em um centro cirúrgico de Nashville, capital do Tennessee, ela tem quatro armas em um cofre e várias outras na casa de seu pai, no Condado de Coffee, a uma hora de distância de carro.
“Nós temos independência e liberdade”, disse Hollie ao Estado, referindo-se aos americanos. É um sistema de crenças e ter armas é parte dele. Dizer que não podemos ter armas é mudar um sistema de crenças. Isso não vai acontecer. É como o Estado Islâmico querer tirar nosso Deus”, afirmou. “Esse país não seria o que é hoje se não fosse pelas armas.” Hollie caça várias vezes por ano. As armas também frequentam eventos familiares, nos quais ela e seus cinco irmãos vão à casa do pai.
Entre as armas utilizadas, está o fuzil semiautomático AR-15, um dos adotados pelo casal Syed Farook e Tashfeen Malik no massacre em San Bernardino, no dia 2.
Apesar da defesa do direito ao porte de armas, Hollie é a favor de algumas restrições que tornem o comércio do produto mais próximo ao de bens como veículos, por exemplo. “Deveria haver checagem de antecedentes para todos que compram armas e elas deveriam ser registradas, como os carros.” Hollie é menos enfática em relação à proibição de fuzis semiautomáticos. “Não sou contra, mas me preocupa o fato de que os criminosos continuariam a ter acesso a eles.”
Na última eleição presidencial, Hollie votou no democrata Barack Obama, mas se declara independente. Ela ainda não sabe em quem votará em 2016.