Eleição de Constituinte na Venezuela será no dia 30 de julho, diz CNE

Anúncio do Conselho Nacional Eleitoral foi feito no dia em que o número de mortos nos protestos que pedem a saída de Maduro subiu para 65

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou neste domingo, 4, que a votação para uma Assembleia Nacional Constituinte, que redigirá a nova Constituição, ocorrerá no dia 30 de julho. A notícia veio no dia em que o número de mortos nos protestos contra o governo de Nicolás Maduro subiu para 65.

Desde o dia 1.º de abril protestos pedem a saída do presidente Nicolás Maduro do poder Foto: EFE/CRISTIAN HERNANDEZ

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No dia da votação da Constituinte serão eleitos 545 representantes em todo o país por meio de dois tipos de votações: 364 no âmbito territorial e 181 no âmbito setorial. A presidente do CNE destacou que 55.314 pessoas se inscreveram com a intenção de serem candidatas.

De acordo com as bases eleitorais que regerão o processo, propostas por Maduro e aprovadas pelo CNE, o âmbito territorial estabelece que todos os municípios do país elegerão um representante, com exceção das capitais de Estado, que terão dois e do município de Libertador, em Caracas, que terá sete.

O âmbito setorial será distribuído entre 24 eleitos pelos estudantes, 8 por camponeses e pescadores, 5 pelos empresários, 28 pelos aposentados, 24 pelos conselhos comunais e 79 pelos trabalhadores.

A MUD não participará do processo, por considerá-lo fraudulento, e convocou seus simpatizantes a continuar se manifestando nas ruas.

A procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, questiona o processo pelo fato de não incluir um referendo consultivo prévio à eleição da Constituinte. Ela pediu que o presidente Maduro reconsiderasse a iniciativa, mas eleanunciou que a nova Constituição sim seria submetida a um referendo.

Ortega é ligada ao chavismo, mas adota postura crítica ao governo desde que a Justiça anunciou que tomaria os poderes do Congresso – medida revogada um dia depois. 

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Violência. Os protestos exigindo a saída de Maduro em eleições gerais deixaram 65 mortos e quase mil feridos até este domingo, segundo a Procuradoria. Nesta madrugada, Orlando Figuera, de 22 anos, que havia sido esfaqueado e queimado por manifestantes opositores no dia 20 de maio em Caracas, morreu. 

“Nunca tínhamos visto aqui uma pessoa ser incendiada como fazem terroristas do Estado Islâmico”, criticou Maduro, ao mostrar um vídeo do crime, no qual se vê o jovem seminu e em chamas enquanto corre em busca de ajuda.

Ortega considerou “dantesco” que manifestantes opositores colocassem fogo em Figuera, mas também qualificou de “vulgares os vídeos manipulados em benefício dos grupos em disputa”. / EFE e REUTERS

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