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EUA e UE criticam violência de colonos judeus na Cisjordânia

Ataques a palestinos aumentaram após atentados terroristas do Hamas; Israel diz que acompanha a situação e agirá para evitar que a tensão aumente

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Por Redação

THE NEW YORK TIMES, RAMALLAH — O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou nesta terça-feira, 31, os ataques de colonos judeus contra palestinos na Cisjordânia. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, também criticou a violência nos territórios ocupados.

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No Israel, a mídia local reportou que o chefe da equipe do IDF, Herzi Halevi, havia abordado a questão da violência dos colonos no gabinete de guerra, junto com o alto escalão do exército.

De acordo com o jornal Times of Israel, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, teria respondido que “o fenômeno é conhecido. Precisamos nos certificar de que a área não seja inflamada”. Gallant, no entanto, acredita que a maior parte da violência está sendo perpetrada por pessoas que não residem nos assentamentos, reportou o jornal.

Palestinos participam de uma reunião em solidariedade à Faixa de Gaza, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, em 31 de outubro de 2023.  Foto: ZAIN JAAFAR / AFP

Nas últimas três semanas, mais de 120 palestinos foram mortos por forças israelenses ou por colonos judeus na Cisjordânia, incluindo 33 crianças, segundo a ONU. Mais de 2 mil palestinos ficaram feridos e mil foram expulsos de suas vilas. O território é governado de forma limitada pela Autoridade Palestina, embora Israel mantenha uma presença militar e exerça controle total sobre entradas e saídas de palestinos.

“Observamos mais incidentes em que colonos armados ameaçam os palestinos”, disse Andrea De Domenico, chefe do escritório de assuntos humanitários da ONU. “Em diversas áreas, os palestinos receberam ordens de sair sob a ameaça de armas de fogo.”

Após os ataques terroristas do Hamas, no dia 7 de outubro, o ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, anunciou a compra de 10 mil fuzis para armar civis, especificamente colonos judeus na Cisjordânia, onde grande parte da violência tem sido dirigida a comunidades beduínas.

Objetos espalhados na terra, mais de uma semana depois que colonos judeus atacaram o vilarejo ocupado de Wadi al Seeq, na Cisjordânia, em 24 de outubro de 2023. Foto: THOMAS COEX / AFP

Um exemplo é o da aldeia palestina de Khirbet al-Ratheem, nas colinas de Hebron, na Cisjordânia. Colonos israelenses começaram a fechar as estradas que levam ao vilarejo no dia 14 de outubro. Hoje, o lugar está completamente vazio, após a fuga de todos os seus 50 habitantes.

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Borrell discutiu a situação com chanceleres de Arábia Saudita, Jordânia e Egito, assim como com o secretário-geral da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC). Na conversa, o gabinete de Borrell disse que ele “expressou grande preocupação com os ataques dos colonos israelenses contra os palestinos na Cisjordânia, que ele condena firmemente”.

A intensificação da violência na Cisjordânia, que tem potencial para agravar o conflito e espalhar a crise para outras partes da região, preocupa o governo americano. “O próprio presidente Joe Biden já falou sobre isto, o quanto é perigoso que extremistas na Cisjordânia estejam matando palestinos inocentes. Isso tem de parar. É profundamente preocupante”, disse Kirby.

Uma mulher da comunidade Wadi al Seeq caminha em direção a abrigos temporários montados na cidade de Taybeh, na Cisjordânia, onde sua comunidade encontrou refúgio depois que sua aldeia foi atacada por colonos israelenses, em 24 de outubro de 2023. Foto: THOMAS COEX / AFP

Neste domingo, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, criticou também o aumento “totalmente inaceitável” da violência dos colonos desde o início da guerra e disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu “tem a responsabilidade de controlar os colonos”.

“Esse é um desafio contínuo. Esperamos que, com o tempo, o governo israelense dê um passo à frente nessa questão. Esperamos que os colonos extremistas que se envolvem nesse tipo de violência sejam responsabilizados”, afirmou Sullivan à CNN./NYT

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