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Ex-presidente da Costa do Marfim enfrenta 4 acusações de crimes contra humanidade

Tribunal Penal Internacional acusa Gbagbo de assassinatos, estupros e perseguições

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Por Efe
Atualização:

O ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo enfrenta após a chegada a Haia quatro acusações de lesa-humanidade, entre assassinatos, estupros, perseguições, atos desumanos e outras formas de violência sexual, indicou nesta quarta-feira, 30, o Tribunal Penal Internacional (TPI) em comunicado.Os crimes foram cometidos após o pleito de novembro de 2010, entre os dias 16 de dezembro desse ano e 12 de abril de 2011, quando ocorreu uma onda de violência pós-eleitoral diante da recusa de Gbagbo de aceitar sua derrota.Ainda não foi anunciado quando Gbagbo deverá comparecer diante dos juízes, que devem definir uma ata em breve.A Terceira Sala do TPI especificou na nota que "há informações suficientes" que, após o pleito na Costa do Marfim, forças favoráveis a Gbagbo atacaram em Abidjan e no oeste do país partidários civis do vencedor das eleições, Alassane Ouattara.Conforme o TPI, Gbagbo e seu círculo mais próximo "eram conscientes" da comissão dos supostos crimes, recaindo sobre o ex-mandatário africano uma "responsabilidade penal de comando", já que exercia controle sobre os delitos e supostamente "contribuiu de forma coordenada" para os mesmos.O procurador do TPI, o argentino Luis Moreno Ocampo, advertiu que Gbagbo "foi o primeiro" a vir a Haia para responder os crimes."Há exatamente um ano, as eleições presidenciais conduziram a um dos piores episódios de violência que se tem conhecimento na Costa do Marfim, com uma população sofrendo imensamente e crimes supostamente cometidos pelos dois grupos", indicou Ocampo por meio de comunicado.Ele explicou que a Procuradoria tem provas de que a violência "não ocorreu por acaso", mas os ataques contra civis se sucederam "de forma massiva e sistemática, resultado de uma política deliberada".O procurador argentino acrescentou que as investigações continuam "de forma imparcial", e precisou que possíveis futuros casos no TPI "serão independentes de qualquer afiliação política". 

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