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Ex-presidente panamenho será julgado por espionagem de opositores

Martinelli, de 66 anos, é acusado de espionar, entre 2012 e 2014, políticos, sindicalistas, jornalistas, empresários e membros da sociedade civil opositores ao seu governo

Atualização:

CIDADE DO PANAMÁ - Um juiz panamenho enviou, nesta segunda-feira, 26, a julgamento o ex-presidente Ricardo Martinelli, que é acusado de espionar 150 opositores durante o seu governo (2009-2014).

Ricardo Martinelli é alvo de dez processos no Panamá Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

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A decisão foi tomada após uma audiência da Suprema Corte de Justiça. "Tendo demonstrado as razões em direito (...) que a Suprema Corte de Justiça e esse magistrado de garantias são competentes para ouvir este processo, procedo a ditar o auto de aberturado julgamento" contra Martinelli, disse o juiz Jerónimo Mejía.

O ex-governante, presente na audiência, é investigado pela Suprema Corte, e não pela justiça comum, por sua condição de deputado no Parlamento Centro-americano (Parlacen). 

Não foi fixada uma data para o julgamento ante o máximo tribunal.

Martinelli, de 66 anos, é acusado de espionar, entre 2012 e 2014, políticos, sindicalistas, jornalistas, empresários e membros da sociedade civil opositores ao seu governo, o qual acusavam ser uma "ditadura civil".

O promotor do caso, Harry Diaz, pediu 21 anos de prisão contra Martinelli: 4 por intercepção de telecomunicações sem autorização judicial, 4 por acompanhamento, perseguição e vigilância, 10 por peculato e desvio e 3 por agravante.

A violação da intimidade teria ocorrido através da interceptação de e-mails, telefonemas, cartões de memória, agendas telefônicas, áudios e gravações de conversas privadas.

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O envio a julgamento ocorre dias depois que dois filhos do ex-presidente, Ricardo e Luis Enrique Martinelli, foram detidos em Miami por problemas migratórios.

Ambos são acusados ​​de cobrar subornos da empreiteira Odebrecht e tinham alerta vermelho da Interpol.

Martinelli foi extraditado ao Panamá em 11 de junho dos Estados Unidos, onde ficou preso por um ano em uma prisão federal de Miami, onde residia desde 2015 para fugir da Justiça panamenha. / AFP 

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