EI assume ataque que matou 1 em Paris

Agressor foi morto a tiros por policiais; Ministério Público Antiterrorismo da capital francesa anunciou a abertura de uma investigação

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Por Andrei Netto , correspondente e Paris
Atualização:

PARIS - Duas pessoas morreram, incluindo o agressor, após um ataque à faca na noite deste sábado, 12, no centro de Paris, na França. O crime ocorreu por volta das 20h50 (15h50 em Brasília), no bairro de Ópera, no 2.º Distrito da capital, um dos mais visitados por turistas estrangeiros.

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O ministro do Interior, Gérard Collomb, qualificou o ataque como "odioso" Foto: AFP PHOTO / Thomas SAMSON

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Segundo informações do Ministério do Interior, quatro pessoas ficaram feridas na agressão, sendo duas em estado grave. No início da madrugada, a autoria da ação foi reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), ao mesmo tempo em que o Ministério Público Antiterrorismo da capital francesa anunciou a abertura de uma investigação.

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O bairro de Ópera, onde se situa a Rua Monsigny, foi isolado pela polícia para a investigação do crime e busca por eventuais cúmplices depois que o autor do ataque foi morto com dois tiros disparados por um policial. A Chefia de Polícia de Paris confirmou que uma operação está em curso.

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"Agressão no 2.º Distrito de Paris por um indivíduo armado com faca. Agressor dominado pelos serviços de polícia", informou o serviço de alerta em sua conta no Twitter. Ainda conforme o comando policial, cinco pessoas foram atacadas, sendo que uma morreu, duas ficaram feridas com gravidade e duas levemente.

A região de Ópera é uma das mais movimentadas à noite em Paris, em especial nos fins de semana, pela alta concentração de restaurantes. Uma testemunha que preferiu não se identificar chegou a ouvir os pedidos de socorro e relatou os momentos de pânico que viveu. "Alguém corria diante de nós gritando por socorro. Um outro homem o perseguia de maneira determinada e rápida. Muitas pessoas correram para o interior de um restaurante", contou.

"Nós fomos para debaixo das mesas. Pensamos que (o agressor) tinha apenas um bastão. Mas logo houve um segundo movimento de multidão e então realmente entramos em pânico." Em vários estabelecimentos os clientes foram obrigados a permanecer quase três horas no interior em função do trabalho da polícia.

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A prudência inicial cedeu espaço no início da madrugada quando o procurador do Ministério Público Antiterrorismo, François Molins, anunciou a abertura de uma investigação por "assassinato, tentativa de assassinato de pessoa depositária de autoridade pública em vínculo com iniciativa terrorista", depois que testemunhas afirmaram ter ouvido o agressor gritar "Allahu Akbar" ("Deus é grande", em árabe) no momento do ataque.

O presidente francês, Emmanuel Macron, agradeceu a intervenção da polícia, que neutralizou o agressor, e prestou solidariedade às famílias das vítimas. "A França paga mais uma vez o preço com sangue, mas não cederá um milímetro aos inimigos da liberdade", afirmou ele em sua conta no Twitter.

O ministro do Interior, Gérard Collomb, referiu-se ao acontecimento como uma "agressão", sem se referir por ora a um eventual atentado terrorista. "Eu saúdo o sangue frio e a reatividade das forças policiais, que neutralizaram o agressor", afirmou ele na mesma rede social. "Meus primeiros pensamentos vão para as vítimas desse ato odioso."

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O modus operandi do agressor também lembra atentados já perpetrados na França e em outros países da Europa em nome do Estado Islâmico, mas ainda não há nenhuma confirmação de vínculos concretos entre o autor da ação e o grupo jihadista. Até o início da madrugada, a identidade do agressor ainda era desconhecida, mas testemunhas o descreveram como um homem jovem, de cabelos escuros e pele morena. De acordo com a informação de uma fonte judicial, também foi descoberto que o terrorista era nascido em 1997, na Chechênia, e seus pais estão detidos para interrogatório da polícia francesa.

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