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Negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas podem recomeçar nesta semana

Segundo oficiais, conversas preliminares aconteceram neste fim de semana em Paris; as anteriores fracassaram devido a questões sobre a duração e a natureza do cessar-fogo

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Por Patrick Kingsley (The New York Times) e Edward Wong (The New York Times)

Diplomatas buscam reiniciar as negociações por um cessar-fogo entre Israel e Hamas em algum momento da próxima semana, segundo três autoridades que acompanham o processo, reacendendo as esperanças de um fim dos combates em Gaza, mesmo enquanto Israel prossegue com a sua campanha na região.

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Segundo as autoridades, discussões preliminares foram realizadas neste fim de semana em Paris entre o diretor da agência de inteligência estrangeira de Israel, o Mossad, David Barnea; o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), William J. Burns; e o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, um dos principais mediadores entre Israel e Hamas. As autoridades falaram sob condição de anonimato devido ao tema sensível.

Por meses, Catar, Estados Unidos e Egito têm tentado persuadir Israel e Hamas a aceitarem um cessar-fogo e uma troca de reféns, o que poderia ajudar a encerrar a guerra de sete meses.

Mas conversas anteriores fracassaram repetidamente, devido a questões sobre a duração e a natureza do cessar-fogo: o Hamas quer um cessar-fogo permanente, permitindo que permaneça no controle de Gaza, enquanto Israel quer poder continuar lutando após uma pausa — para poder tirar o Hamas do poder. O outro ponto de disputa na última rodada de negociações estava centrado em como evoluir entre as diferentes fases de um acordo de três fases.

Nas negociações anteriores, os dois lados discordaram sobre o número de reféns e prisioneiros que deveriam ser libertados e trocados Foto: Sergey Ponomarev/NYT

Pontos de atrito anteriores incluíram o quanto as tropas israelenses deveriam se retirar de Gaza durante qualquer cessar-fogo, e se Israel permitiria que os moradores da região se movessem livremente entre o norte e o sul de Gaza.

Os lados também discordaram sobre o número de reféns que deveriam ser libertados pelo Hamas, bem como o número de prisioneiros palestinos que deveriam ser libertados em troca por Israel. Na última rodada, os negociadores discutiram sobre o Hamas possivelmente libertar 33 reféns, principalmente mulheres, idosos e qualquer pessoa que necessitasse de cuidados médicos urgentes. Mais de 120 reféns permanecem em Gaza, e aproximadamente um quarto deles estão mortos, segundo a última avaliação israelense.

Durante as negociações, autoridades egípcias e do Catar lidaram diretamente com os enviados do Hamas, que não se encontram pessoalmente com as contrapartes israelenses ou americanas. O Egito liderou a última rodada de negociações, que ocorreu no Cairo, embora autoridades do Catar também estivessem presentes.

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Diplomatas afirmam que as negociações de reféns precisam ser concluídas para progredir em outras iniciativas diplomáticas relacionadas. Essas iniciativas incluem um debate regional sobre quem deve governar Gaza no pós-guerra; conversas sobre um acordo de normalização entre Israel e Arábia Saudita; e negociações por um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, a milícia libanesa que está combatendo as forças militares israelenses ao longo da fronteira entre Israel e Líbano.

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