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No Chile, médicos são forçados a escolher quem vai para UTI

Ocupação de leitos chega a 97% e relatório de universidade prevê saturação ainda nesta semana

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Por Redação
Atualização:

Os leitos de UTI dos hospitais do Chile estão quase todos ocupados em meio a uma avalanche de infectados. Os médicos estão tendo de tomar a difícil decisão sobre quais pacientes devem ocupar os últimos lugares. Funcionários da área de saúde disseram que quase todos os 2,4 mil leitos de UTI estão ocupados, mesmo após a capacidade ter sido dobrada em março. 

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O governo chileno anunciou planos de criar mais 400 novos leitos de UTI nos próximos dias. “É um período difícil”, disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich. Com 18 milhões de habitantes, o Chile tinha na quarta-feira, 27, mais de 82 mil casos de covid-19 – é o terceiro país com mais infectados na América do Sul, depois de Brasil e Peru, com uma média de 4 mil novos contágios diários. Cerca de 15% desses casos necessitam de internação.

A lotação está forçando os médicos chilenos a encarar um dilema que já foi enfrentado por profissionais de saúde de vários outros países, como EUA, Itália e Espanha: qual paciente com covid-19 deve receber o último leito de UTI disponível?

Membros da Força Aérea chilena transportam um paciente com covid-19 em Santiago; remoção tem se tornado comum para evitar colapso de UTIs na região metropolitana Foto: Chilean Air Force via EFE/EPA

Khaty Barriga, prefeita do populoso distrito de Maipú, disse que havia apenas um respirador livre na terça-feira no Hospital El Carmen. A área faz parte da região metropolitana de Santiago, que registrou mais de 80% das notificações de coronavírus do país e grande parte das 841 mortes no Chile. 

Em entrevista para uma emissora de TV local, Claudia Vega, chefe da UTI do hospital, disse que os médicos já estavam escolhendo “qual leito será esvaziado e qual a pessoa certa para ocupá-lo”. “Que Deus me ilumine nesta hora”, afirmou.

Colapso

A Sociedade Chilena de Medicina Intensiva, que dá orientações a centenas de hospitais e clínicas diariamente, disse que a ocupação dos leitos de atendimento crítico na área da Grande Santiago está em 97%. 

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Um relatório da Universidade do Chile estima que o aumento de novos casos “sugere uma possível completa saturação do sistema ainda nesta semana”. A região de Santiago, que abriga mais de 8 milhões de pessoas, está sob quarentena há 11 dias. As pessoas só podem sair para comprar comida ou para realizar atividades consideradas essenciais. / REUTERS e WP

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