Número de cubanos que migram para EUA aumenta após retomada das relações
Entre outubro de 2014 e junho de 2015, 27.296 cubanos entraram no território americano, o que representa um aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2014
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Por Redação
Atualização:
WASHINGTON - O número de cidadãos cubanos que migraram para os Estados Unidos nos últimos meses disparou, coincidindo com o restabelecimento de relações diplomáticas entre ambos os países anunciado em dezembro de 2014, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Pew Research Center.
Entre outubro de 2014 e junho de 2015, 27.296 cubanos entraram nos EUA, de acordo com números concedidos à instituição pelo Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça dos Estados Unidos. O número representa um aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2014, quando 15.341 cubanos entraram no país.
Novos tempos em Cuba
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Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto Foto: REUTERS/Enrique de la Osa
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Carros dos anos 50 que funcionam como táxis em Havana - As imagens de Havana foram feitas pela correspondente do Estadão Cláudia Trevisan e por agênci... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Juan, de costas, e vizinhos do bairro Romerillo; todos dizem que os salários que recebem são insuficientes para viver e esperam mudanças com a retomad... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Muro com slogans em frente à Embaixada dos EUA, na Tribuna Anti-Imperialista Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Félix Bueno, 64, em sua casa no bairro Romerillo; Na parede, uma imagem modificada de Che Guevara, feita por um artista mexicano. Nas mãos, a foto de ... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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José Luís, motorista da reportagem do Estado, com seu Moscovich 1980, que herdou do pai, e o gancho improvisado que usa para manter o vidro fechado Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Juan em sua casa em Romerillo com uma manga que custa 5 pesos (0,25 dólares); com aposentadoria e trabalho de vigia, ele ganha 360 pesos por mês Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Prédio da Embaixada dos EUA em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Cubanos consertam carro americano dos anos 50 no bairro Romerillo, em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Jornal que está no Museu da Revolução; com data de 4 de janeiro de 1961, anuncia a decisão dos EUA de romper relações com Cuba Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Carros dos anos 50 que funciona como táxi em Havana; várias pessoas tomam o mesmo veículo, que faz um trajeto definido ao custo de US$ 0,40 Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE
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É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
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Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Segurança caminha ao lado do iate americano Still Waters, atracado na marina Hemingway, em Havana Foto: Desmond Boylan / AP
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Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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O grande aumento no número de cubanos que abandonaram a ilha para chegar aos EUA aconteceu nos meses imediatamente posteriores ao anúncio do restabelecimento de relações, entre janeiro e março de 2015.
Somente nesses 3 meses, 9.371 cubanos chegaram aos EUA, mais que o dobro dos 4.296 registrados ao longo dos três primeiros meses de 2014.
Cerca de dois terços dos imigrantes cubanos entraram no território americano pelo Texas através do México, o que representa um aumento de 66% nas entradas por essa região em relação ao ano anterior.
De acordo com a Lei de Ajuste Cubano de 1966, os cubanos que migram para os EUA recebem um tratamento especial, a partir do qual têm mais facilidades que os imigrantes de outras nacionalidades. Após um ano de residência no país, os cubanos podem solicitar residência permanente.
No entanto, nem todos os cubanos que desejavam entrar nos EUA conseguiram, e a guarda costeira americana apreendeu 2.927 imigrantes que tentavam chegar por via marítima entre outubro de 2014 e junho de 2015. Eles foram encaminhados de volta a Cuba ou foram enviados a outros países caso alegassem que eram perseguidos pelo regime da ilha.
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Calcula-se que dois milhões de pessoas de ascendência cubana vivem nos Estados Unidos atualmente.
Embargo. A secretária de Comércio dos EUA, Penny Pritzker, disse na visita que fez na quarta-feira a Cuba que ambos os lados precisam aprender mais sobre cada um enquanto trabalham para melhorar as relações.
Ela ainda reiterou que o presidente americano Barack Obama quer derrubar o embargo à ilha, mas alertou que isso não acontecerá rapidamente. “O presidente quer levantar o embargo, mas ele entende que levará um tempo”, disse.
Penny destacou também que o sistema de dupla moeda de Cuba é um desafio para os interesses comerciais externos e que a regulação da ilha não é adequada para atrair muitos investimentos. /EFE e ASSOCIATED PRESS