Musab Hassan Youssef, filho do xeque Hassan Youssef, um dos fundadores do Hamas e um de seus maiores lideres na Cisjordânia, trabalhou dez anos como agente secreto do serviço de inteligência de Israel (Shin Bet), conforme revelou o jornal israelense Ha'aretz.
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O jovem Musab era conhecido no serviço secreto como "Príncipe verde", em referência à cor dos símbolos do movimento islâmico. Por dez anos, ele foi "a fonte mais valiosa dentro da liderança da organização", destaca o diário israelense.
A publicação garante que o jovem, que há três anos anunciou publicamente sua conversão ao cristianismo e deixou os territórios palestinos, foi decisivo para "expor várias células terroristas e evitar dezenas de ataques suicidas e tentativas de assassinatos de israelenses". "Durante a Segunda Intifada (a da Mesquita al-Aqsa, lançada em 28 de setembro de 2000), Youssef entregou informações que levaram à detenção de palestinos responsáveis pelo planejamento de atentados suicidas", entre os quais estariam Ibrahim Hamid, Marwan Barghouti e Abdullah Barghouti.
Musab falou com o Ha'aretz de sua casa atual, na Califórnia. Na entrevista, declarou que "gostaria estar em Gaza no momento", para "vestir um uniforme do Exército (israelense) e se unir às forças especiais para libertar Gilad Shalit", o soldado sequestrado pelo Hamas e outras duas facções palestinas há três anos e meio. Segundo fontes do serviço secreto de Israel, o filho do xeque islâmico não ajudou as forças israelenses em troca de dinheiro, mas porque "queria salvar vidas".
As memórias de Musab, escritas por Ron Brackin e reunidas no livro "Filho do Hamas", serão lançadas semana que vem nos EUA. De acordo com a publicação, a obra é uma ameaça ao Shin Bet, pois expõe os métodos que o serviço secreto adotou entre os anos 2000 e 2005 para aniquilar terroristas palestinos.