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Polícia francesa pede que comércio na região da Champs-Elysées fique fechado no sábado

Autoridades fizeram alerta por temer novas cenas de vandalismo e confrontos durante os protestos convocados pelos 'coletes amarelos'

Atualização:

PARIS - A polícia de Paris pediu que lojistas e donos de restaurantes da região da Champs-Elysées fechem os estabelecimentos no sábado temendo novos confrontos em razão das manifestações convocadas pelos "coletes amarelos". Um documento foi distribuído nesta quinta-feira, 6, aos comerciantes após reunião de emergência da polícia local.

PAR167. Paris (France), 01/12/2018.- A protester wearing a yellow vest (gilets jaunes) waves a French flag during clashes with riot police near the Arc de Triomphe as part of a demonstration over high fuel prices on the Champs Elysee in Paris, France, 01 December 2018. The so-called 'gilets jaunes' (yellow vests) are a protest movement, which reportedly has no political affiliation, is protesting across the nation over high fuel prices. (Protestas, Francia) EFE/EPA/YOAN VALAT Foto:

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As autoridades se preparam "para um dia de grande violência", com base no que tem sido dito por manifestantes de extrema direita e extrema esquerda, informou um funcionário do Ministério do Interior.

Além de fechar o comércio, a polícia recomendou que os comerciantes protejam as vitrines de vidro que deixam produtos expostos e retirem mesas e cadeiras da parte de fora dos restaurantes. O temor da polícia é que as cenas de violência do último sábado se repitam: manifestantes incendiaram carros, quebraram vitrines e saquearam lojas.

Durante os protestos, pichações anti-Macron foram feitas em alguns dos bairros mais abastados de Paris e depredaram o Arco do Triunfo. Muitas pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante batalhas com a polícia.

Os museus Grand e Petit Palais, perto da Champs-Elysées, anunciaram que estarão fechados no sábado. Outros museus da cidade também devem interromper os serviços, principalmente nas zonas onde estão marcados protestos. A Torre Eiffel também não funcionará.

As casas de ópera Garnier, no centro de Paris, e Bastilla, localizada na frente de uma praça tradicionalmente usada como palco de manifestações, cancelaram os espetáculos previstos para o sábado.

Apesar de desistir nesta semana dos planos de aumentar os impostos dos combustíveis, a motivação da revolta nacional, o presidente Emmanuel Macron está tendo dificuldade para conter a raiva que levou aos piores distúrbios públicos no centro da capital desde 1968.

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O primeiro-ministro da França, Édouard Phillipe, anunciou nesta quinta-feira que o governo montou um esquema especial de segurança para os protestos marcados pelo movimento dos "coletes amarelos" no próximo sábado, com a presença de 89 mil policiais nas ruas de várias cidades do país. Em entrevista à emissora "TF1", Phillipe explicou que 8 mil agentes participarão da segurança em Paris, palco de uma série de incidentes de violência no último sábado, com auxílio de 12 veículos blindados da Gendarmaria. Os números representam um aumento do contingente policial destacado para acompanhar os protestos dos "coletes amarelos", que protestam contra o governo do presidente Emmanuel Macron há três semanas. Serão 24 mil agentes nas ruas em relação ao último sábado. "Temos diante de nós pessoas que não vão se manifestar, mas sim para destruir. Por isso, temos que manter a segurança dos franceses e garantir que eles não questionem as instituições nem o nosso modo de vida", afirmou o primeiro-ministro na entrevista. Horas antes no Senado, Phillipe tinha pedido que os "coletes amarelos" não participem do protesto de Paris porque a manifestação corre o risco de ser instrumentalizada por grupos radicais. "Não é a primeira vez que eles (os radicais) expressam revolta neste país, mas agora eles exploraram de forma inédita", ressaltou. O governo da França alertou que há indícios "extremamente inquietantes" de que o sábado será marcado pela violência. Segundo o Palácio do Eliseu, um "núcleo duro de milhares de pessoas" tem a intenção de ir às cidades para "destruir e matar". / AFP, EFE e REUTERS

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